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MEC rebate e diz que datas atrasariam os cronogramas das faculdades. Nova data deve ser divulgada em 3 semanas
Maio de 2021 foi o período escolhido pela maioria na enquete sobre as datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 – mas a realização da prova ainda precisa ser debatida por entidades do ensino médio e superior.
A expectativa é que em até três semanas a data definitiva seja divulgada pelo governo.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (1º) pelo secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Antonio Paulo Vogel, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, durante coletiva de imprensa, em Brasília.
A realização do Enem 2020 estava prevista para ocorrer em novembro. Com o avanço da pandemia do coronavírus e a suspensão das aulas presenciais em todos os estados houve pressão pelo adiamento da prova.
Entre os 5,8 milhões de candidatos confirmados para o Enem, 1.113.350 participaram da enquete –19,3% dos inscritos confirmados.
Segundo Lopes, 50% dos participantes responderam que preferem a prova em maio de 2021.
A data definitiva só será divulgada após ser articulada com o Conselho dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), entre outros.
A articulação é necessária porque a nota no Enem é usada como critério de acesso a vagas em universidades públicas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Além disso, o Enem também é critério de seleção para programas de acesso ao ensino superior privado, como o Programa Universidade para Todos (Prouni), que oferece bolsas de estudos, e o Programa de Financiamento Estudantil (Fies), que ajuda a financiar o pagamento de mensalidades.
“Com base na sinalização que eles querem fazer a prova em 2021, vamos conversar com representantes do ensino médio e ensino superior para ver quando será”, afirmou Lopes.
Ele citou que a aplicação em maio dificulta a entrada no ensino superior no primeiro semestre do ano que vem. Segundo o presidente do Inep, isso também será levado às entidades de ensino superior.
“A expectativa é que em duas a três semanas a gente defina a data do Enem após o processo de construção coletiva”, afirma Alexandre Lopes.
Pressão para adiar o Enem
A decisão pelo adiamento só ocorreu depois de o governo enfrentar questionamentos judicias.
O debate chegou ao Congresso, e o Senado chegou a aprovar um projeto que adiava o Enem 2020. O texto seguiu para avaliação da Câmara dos Deputados.
Antes que entrasse em pauta, Abraham Weintraub, então ministro da Educação, lançou a enquete para que os candidatos escolhessem, eles mesmos, a data do exame.
A indefinição gerou ansiedade em estudantes, que chegaram a fazer campanha nas redes sociais pela realização da prova em maio, o que beneficiaria estudantes da rede pública, segundo eles, por dar mais tempo para a preparação.
Datas da enquete são ‘diretrizes’ para definir cronograma
Segundo Lopes, as datas foram escolhidas para serem uma “diretriz” sobre o desejo dos estudantes.
“Se colocasse muitas datas, ia ficar confuso para os alunos. Em dezembro, tinha a ideia de interesse dos alunos de fazer a prova este ano. Janeiro é ano que vem, mas com mais prazo. Maio era para o aluno ter mais tempo de estudar”, afirmou.
“Serviu como diretriz, captamos o interesse do aluno: este ano, logo no inicio do ano, ou mais afastado”, esclareceu Lopes.