Remédio para diabete pode reduzir em 22% o risco de demência, aponta estudo

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 16 de outubro de 2022 às 21:00
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Segundo os pesquisadores, as descobertas ajudam a planejar melhor a seleção de medicamentos para pacientes com diabete tipo 2 e com alto risco de demência

Alguns medicamentos contra diabetes podem reduzir o risco de demência

 

Estudo publicado na revista científica americana BMJ Open Diabetes Research & Care na última semana revela que alguns medicamentos contra a diabete podem reduzir em até 22% o risco de demência em pacientes.

Segundo os pesquisadores, as descobertas ajudam a planejar melhor a seleção de medicamentos para pacientes com diabete tipo 2 e com alto risco de demência, quadro clínico que afeta as funções cerebrais.

A demência é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva que afetou 55 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015 e aumenta em quase 10 milhões de casos por ano.

O diabete tipo 2 está associado a um risco elevado de demência por todas as causas, incluindo seus dois subtipos principais, Alzheimer e demência vascular.

Os cientistas compararam o risco de aparecimento de demência em pacientes com diabete tipo 2, a partir dos 60 anos, tratados com três classes de medicamentos: sulfonilureia (SU), tiazolidinediona (TZD) e metformina (MET).

Segundo eles, os resultados trazem contribuição significativa à literatura sobre os efeitos de medicamentos contra diabetes para a demência. Trabalhos científicos anteriores tiveram conclusões inconsistentes.

Para a seleção de participantes da pesquisa, foram utilizados registros médicos eletrônicos do Sistema de Saúde para Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos entre 1º de janeiro de 2001 e 31 de dezembro de 2017 envolvendo 559.106 pessoas com diabete tipo 2.

Os participantes foram submetidos ao tratamento pelo período de pelo menos um ano. Após este período, o grupo que tomou tiazolidinediona teve um risco 22% menor de ter qualquer tipo de demência em comparação aos participantes que usaram apenas metformina.

Ainda conforme os dados obtidos pelo estudo, o tiazolidinediona diminuiu em 11% o risco de desenvolvimento de Alzheimer e em 57% a incidência de demência vascular.

O estudo aponta ainda que as doenças vasculares aumentam o risco de Alzheimer. Portanto, o uso de tiazolidinediona parece oferecer riscos menores de demência vascular, auxiliando de forma preventiva no desenvolvimento da doença.

Combinado com metformina, o tiazolidinediona reduziu em 11% o risco de demência por qualquer causa. Por outro lado, o uso isolado de sulfonilureia aumentou esse risco em 12%.

Ou seja, conforme o estudo, a suplementação de SU com MET ou TZD pode minimizar os potenciais efeitos protetivos dos outros dois medicamentos contra a demência.

Ainda segundo a pesquisa, os efeitos protetores do uso de tiazolidinediona em pacientes com diabete tipo 2 foram mais significativos em pacientes com menos de 75 anos e em pessoas com sobrepeso ou obesas.

O estudo é considerado de caráter observacional. Isso porque faltam detalhes como, por exemplo, sobre a função renal ou informações de genes de risco dos participantes no banco de dados.

No entanto, acreditam os pesquisadores, estudos futuros podem redirecionar agentes antidiabéticos orais para a prevenção de demência e podem considerar priorizar o uso de tiazolidinediona.

*Informações Notícias ao Minuto


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