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Abicalçados revela que uma reoneração tenha impacto de mais de R$ 572 milhões em carga tributária
Marcada para esta quarta-feira, dia 4 de novembro, a votação para derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro para a manutenção da desoneração da folha de pagamentos vem mobilizando o setor calçadista brasileiro.
Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, que nesta quarta-feira estará em Brasília para acompanhar a votação no Congresso Nacional, é a votação mais importante do ano, pelo impacto que pode causar no setor calçadista brasileiro.
Um dos setores beneficiados pela medida, que permite a substituição da contribuição de 20% sobre a folha de salários por 1,5% do faturamento, o setor calçadista brasileiro foi um dos segmentos que mais sofreu durante a pandemia do novo coronavírus.
Extremamente dependente do mercado doméstico, que absorve mais de 85% da produção de calçados brasileiros, o setor deve fechar o ano cerca de 25% menor, voltando a patamares de 16 anos atrás.
Com as restrições ao varejo físico, o setor também viu o nível de emprego despencar em mais de 14% no comparativo com 2019.
“Por outro lado, tão logo começaram a ocorrer as flexibilizações para o comércio, as contratações foram quase imediatas. Nos últimos três meses do balanço (julho, agosto e setembro), acumulamos saldo positivo de quase 19 mil postos, sendo mais de 11,4 mil somente no mês nove”, avalia Ferreira, ressaltando que o setor é intensivo em mão de obra e responde rapidamente aos estímulos econômicos. “Assim como se responde positivamente, responde negativamente quando a economia vai mal. Por isso, a desoneração pode ter um impacto muito forte para um setor que vem se recuperando gradativamente de todos os estragos provocados por esse ano de pandemia”, destaca.
A estimativa da Abicalçados é de que uma possível reoneração a partir de 2021 tenha impacto de mais de R$ 572 milhões em carga tributária para as empresas do setor, o que causaria a perda de mais de 15 mil postos ao longo do ano.
Atraso
Outro ponto é o atraso da votação da derrubada do veto presidencial, retirada da pauta pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre no último dia 30 de setembro.
“Em meados de novembro já temos a primeira feira calçadista para apresentação das coleções de Inverno e as empresas não sabem o que irá acontecer, nem mesmo para a precificação do produto”, conclui o executivo, ressaltando que a expectativa do setor calçadista é de que o Congresso derrube o veto.