Recomeço: mais maduras após separação, mulheres se abrem a novas relações

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  • Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 13:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Após relacionamentos longos, elas falam como é voltar a se abrir novamente ao amor

Elas estavam comprometidas. Casadas ou em relacionamentos longos. Agora estão viúvas ou novamente solteiras, não necessariamente sozinhas na vida. Algumas conservaram as amizades; outras gozam apenas da companhia dos filhos. Muitas sentem certo vazio, que aos poucos, tratam de preencher. Por vezes, mágoas e saudades são ingredientes dessa nova fase. A redescoberta do prazer de estar só e não ter a quem dar satisfações também faz parte.

Há mulheres que se refazem na própria companhia, mergulham em si mesmas e, nessa jornada, mudam muita coisa além dos cabelos e das roupas – por vezes deixam a vida sentimental como uma conta para ser resolvida no futuro. “E não há nenhum problema nisso, já que estar solteira deixou de ser um problema. Mas há inúmeras outras que sentem falta de alguém ao lado numa fase da vida em que afeto e sexo já não rimam com quantidade e sim com qualidade. E, então, elas saem em busca”, observa a psicóloga Nair Rocha de Oliveira. 

É o que começou a fazer a comerciante Valéria Dutra Soares, 58 anos, após quatro anos de viuvez. “Comecei a sentir a solidão, embora tenha amigos e meus filhos por perto. Na verdade, o coração quer amar de novo”, admite. 

Mas qual a receita para conhecer alguém, se apaixonar mais uma vez, começar um novo relacionamento e, dessa vez, dar certo? “Uma boa atitude é mudar o foco e ter um olhar mais otimista em relação ao rompimento ou viuvez e à fase de ‘solteira de novo”, sugere Nair. Para completar, é preciso encontrar o que faz se conectar consigo mesma. Pode ser uma atividade física, um grupo de amigos ou amigas, atividades voluntárias, terapia. “E vale tudo que contribua para melhorar a autoestima, já que não é nada raro a mulher que descasa ou fica viúva sentir-se insegura para retomar os tempos de paquera e sair em busca de um novo amor”, completa a psicóloga.

Foi o que fez Valéria ao decidir ingressar em aulas de dança de salão. “Sempre tive vontade de aprender, mas meu marido não gostava. Abafei esse desejo e há um ano decidi entrar na aula. Além de me divertir, sinto-me mais viva e bonita”, diz a comerciante, que admite que desde então, vem recebendo vários elogios e até convites para sair. “É muito bom se sentir admirada novamente, mas sou cautelosa. Agora que realmente me sinto pronta para me relacionar novamente”, admite.

Olhar para dentro de si

Segundo a psicóloga, recuperar a autoestima nessas situações depende muito das condições do término, mas em média, a mulher pode demorar até três anos para deixar de se enxergar como uma pessoa comprometida. “Para aceitar uma nova pessoa, é preciso se entender como solteira, assumir que o relacionamento anterior acabou. Não é fácil, não existe uma fórmula para voltar à ativa rapidamente”, diz.

Após um relacionamento de seis anos com um fim traumático, a faturista Mônica Ferreira, 38 anos, levou dois anos para curar suas feridas. “Quando finalmente eu me abri, conheci o Paulo, amigo da minha prima. Ficamos amigos e após alguns meses, ele me pediu em namoro. Estamos juntos há um ano e pretendemos nos casar”, conta.

Como se vê, não existem regras nesse universo tão fluido, que é encontrar um novo amor – e isso vale para qualquer idade. Portanto, qualquer lugar pode ser “o lugar” e qualquer fila de banco, caixa de supermercado ou corridinha no parque pode ser a oportunidade perfeita para achar um solteiro interessante.