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Dentre as variáveis para o abastecimento de água em Franca, a Sabesp tem poucas opções: a mais forte é apertar ainda mais o racionamento.
Engenheiros da Sabesp olham para o nível da água e esperam ver nuvens refletidas – o que não tem sido possível
Com alguns olhares nas nuvens, outros olhares nos mapas meteorológicos e outros olhares nas imagens de satélite, a Sabesp trabalha com a caótica realidade dos minguados cursos de água e da quase inexistente vazão das nascentes.
E os sinais que vê não são animadores. Por isso, a empresa que abastece Franca depende essencialmente da economia que a população faz do consumo de água.
O cenário atual é desolador, na medida em que não há previsão de chuvas caudalosas para interferir na recuperação dos mananciais em curto prazo.
Dentre as variáveis para o abastecimento de água em Franca, a Sabesp tem poucas opções e, diante da situação, a mais forte delas é apertar ainda mais o racionamento.
Endurecimento
Como começou em três dias de consumo por um de racionamento, passando para dois dias de consumo e um de racionamento, o endurecimento seria passar para um dia de consumo e outro de racionamento.
Engenheiro que entende se saneamento básico prevê que antes de novembro será quase impossível suspender o racionamento de água em Franca.
Isso porque setembro está terminando como um dos piores períodos de chuva dos últimos 100 anos.
Se não trabalha com mapas, a Sabesp deveria trabalhar e analisar as estatísticas de quanto tempo é preciso entre as chuvas e a recuperação do lençol freático. E saber que, depois das chuvas, há um tempo para a recomposição do lençol.
Aquíferos
Quem conhece do assunto diz que há uma metragem suficientemente longa entre o lençol freático e o lençol do aquífero – no caso de Franca, o Aquífero Guarani – que está ajudando a salvar o abastecimento de água na cidade.
(É que parte da água aqui consumida vem dos poços artesianos perfurados pela Sabesp em Restinga).
A crise hídrica não gerou apenas problemas no abastecimento domiciliar: afetou as represas e está colocando os apagões como uma situação cada vez mais próxima.
Um sitiante de Cristais Paulista disse que a última chuva, de 20 mm em média na região, serviu para apagar a poeira e melhorar as condições atmosféricas.
Encharcar o chão
Mas em nada beneficiou as nascentes, caso do Canoas, em maior grau, e Pouso Alegre, em menor.
Com isso, a esperança é de que as chuvas de outubro sejam caudalosas o suficiente para encharcar o chão e recuperar o lençol freático que dá vida às nascentes.
Pedindo para não ter seu nome divulgado, o sitiante disse que, com uma enxada, cavou a terra e percebeu que a água que caiu só chegou a 5 cm no solo. “Isso é desesperador”, desabafou.
Cenário
Assim, os agricultores que dependem das chuvas e os engenheiros que trabalham com o abastecimento projetam para novembro a melhoria do cenário, caso chova o suficiente.
Os engenheiros sabem que para as minas e nascentes se recuperarem é preciso chuvas caudalosas que sejam suficientes para abastecer os reservatórios e permitir o fim do racionamento.
Até lá, o jeito vai ser enfrentar o sacrifício do racionamento cada vez mais apertado. E unir as mãos em oração pelo período de chuvas.