Quilo do feijão carioca chega a ser vendido por R$ 11,90 em Ribeirão Preto

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de fevereiro de 2019 às 23:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:23
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Quebra na produção e clima desfavorável contribuíram para elevação do preço ao consumidor

O feijão carioca é um dos
itens com maior alta no preço registrado no mês de janeiro. Segundo o Índice de
Preços ao Consumidor (IPCA), o quilo do produto sofreu reajuste de 24,31% em
relação a dezembro de 2018.

Em Ribeirão Preto, o feijão carioca chega a ser
encontrado a R$ 11,90 nas prateleiras de alguns supermercados.

O valor assusta quem chega
para comprar um dos alimentos mais populares no prato dos brasileiros. “Está bem caro. Eu compro por causa do meu
filho, ele gosta muito. Quem comprou a última vez foi minha filha, ela pagou R$
4. Agora está R$ 8,49. Dobrou o preço”, diz a aposentada Izabel Rodrigues
Pagoto.

Há menos de uma semana, o
supermercado onde dona Izabel faz compras vendia o quilo do feijão carioca de
uma determinada marca a R$ 6,49. Na última sexta-feira, 15 de fevereiro, o
valor do mesmo produto era comercializado a R$ 8,49, reajuste de 30,8%.

A explicação para a alta está na redução da oferta para
o mercado. Plantações no Paraná, estado com a maior produção do país, foram
reduzidas em até 30% no fim do ano passado.

Os efeitos do clima e a
valorização de outros cultivos fizeram muitos produtores migrarem o negócio. “O
feijão ficou dois anos sem subir o preço e os produtores migraram para a soja e
para o milho, deixaram um pouco de plantar feijão. Teve o problema da seca,
teve o problema da mosca branca e caiu bem o plantio de feijão para esse ano.
Está faltando bastante feijão no mercado”, diz o cerealista Aldo Carunchão.

Segundo o especialista em
agronegócio José Carlos Lima Júnior, a valorização da saca do feijão começou em
outubro passado, mas só agora chega ao consumidor.

“Essa valorização começou em um momento que você teve
uma produção muito quebrada na região do Paraná, ocasionada pela seca naquele
momento. Neste momento, a gente tem uma tendência de valorização no preço da
saca, principalmente porque a Conab acabou de divulgar que nós vamos ter um
problema de produção devido à chuva que acontece no Rio Grande do Sul. É
estimada uma quebra de 400 mil toneladas de feijão para 2019.”

Apesar dos aumentos que chegam a 100%, Lima Júnior não
acredita em novos reajustes desta ordem.

Com
o preço nas alturas, a dona de casa Antônia Macedo decidiu que não deve comprar
feijão pelos próximos dias. “Está muito caro. Eu decidi que não vou levar, não
comprei. Para mim, um quilo de feijão dá para um mês. Eu espero que já tenha
abaixado quando tiver acabado o meu. A esperança é essa.”


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