O programa, conhecido como Reparação de Autoatendimento, permitirá aos usuários consertar dispositivos quebrados
O programa, conhecido como Reparação de Autoatendimento, permitirá aos usuários consertar dispositivos quebrados
A Apple planeja dar aos seus usuários clientes a possibilidade de consertar seus próprios dispositivos.
O anúncio ocorre em meio à crescente pressão de reguladores e consumidores ao redor do mundo para que os fabricantes diminuam as restrições ao conserto de produtos.
A empresa anunciou nesta quarta-feira um novo programa que disponibilizará peças de reposição para produtos da Apple para compra a partir do início do próximo ano.
Autoatendimento
O programa, conhecido como Reparação de Autoatendimento, permitirá aos usuários consertar dispositivos quebrados usando manuais de reparo que a Apple publicará em seu site.
A Apple planeja começar com alguns componentes que tendem a exigir substituição, como monitores, baterias e módulos de câmera. A empresa diz que terá mais de 200 peças e ferramentas disponíveis no lançamento e planos para adicionar mais no próximo ano.
Não é para todos
O programa de reparo estará inicialmente disponível apenas para usuários do iPhone 12 e do iPhone 13, mas será expandido posteriormente para computadores Mac que usam o novo chip M1 interno da Apple.
A empresa só revelará os preços de suas peças de reposição quando o programa for lançado oficialmente no ano que vem, mas a Apple disse que cobrará dos usuários individuais os mesmos preços que cobra atualmente de fornecedores de reparos independentes.
A decisão da Apple ocorre no momento em que os fabricantes de eletrônicos – bem como os fabricantes de tudo, de tratores a equipamentos hospitalares – enfrentam uma pressão crescente para aliviar as restrições a oficinas de conserto de dispositivos independentes ou consertos de bricolagem, um movimento conhecido como movimento do “direito de consertar” ou “faça você mesmo”.
As empresas têm sido criticadas por usar táticas que dificultam o acesso de empresas de reparos independentes aos dispositivos, como o uso de memórias ou baterias não removíveis, ou dispositivos de vedação com cola especial.
Os críticos argumentam que essas táticas podem gerar mais custos para os consumidores, prejudicar oficinas independentes e prejudicar o meio ambiente.
Nos Estados Unidos
O presidente Joe Biden aprovou uma ordem executiva em julho que instruía a Federal Trade Commission (equivalente ao Cade no Brasil) a emitir regras exigindo que as empresas permitissem reparos de bricolagem.
Dias depois, a FTC votou por unanimidade para condenar as restrições de conserto existentes pelos fabricantes, com a presidente da agência, Lina Khan, prometendo “erradicar” as restrições de conserto ilegais que podem desrespeitar as leis de proteção ao consumidor e antitruste dos Estados Unidos.