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Cientistas acreditam que pessoas que faziam esporte antes do confinamento têm resposta melhor à situação
Estudos realizados nos últimos anos demonstram a importância da prática regular de exercícios físicos para a saúde mental.
Agora, uma pesquisa internacional da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, juntamente com universidades da Espanha e América Latina, querem dimensionar o impacto da atividade física nos níveis de estresse, ansiedade e depressão das pessoas durante o isolamento social, medida adotada para conter o coronavírus.
“O isolamento social, bem como fatores econômicos e políticos associados a esta crise gerada pelo coronavírus, afetaram diretamente a saúde mental das pessoas”, diz o coordenador da pesquisa no Brasil, Átila Alexandre Trapé, professor da EEFERP-USP.
“Uma breve análise descritiva já realizada indica que as pessoas que eram ativas fisicamente antes da pandemia, bem como as que continuam se exercitando durante o isolamento social, apresentam respostas psicológicas mais positivas durante a crise causada pela Covid-19”, explica o pesquisador brasileiro.
Exercícios e endorfina
Trapé explica que praticar exercícios físicos ajuda na liberação de endorfinas “conhecidas por causar a sensação de bem-estar”, e propicia mecanismos psicológicos positivos à saúde mental, “como a distração e a autoeficácia (confiança na própria capacidade para completar uma tarefa)”, diz.
O estudo encontra-se em fase de coleta de dados no Brasil, Chile, Colômbia e Peru, enquanto que Argentina e México aguardam a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa para iniciar a coleta.
Cerca de 3.400 brasileiros já forneceram informações pessoais à pesquisa por meio do formulário on-line “Respostas psicológicas e atividade física relacionadas ao surto de coronavírus (COVID-19) na população adulta no Brasil”.
Na Espanha, país que já começa a flexibilizar as medidas de confinamento social, os pesquisadores coletaram dados de 1.050 pessoas.
Trapé defende que a pesquisa, além de mostrar como está a saúde mental dos brasileiros neste momento de pandemia, irá entender qual a relação da população com um estilo de vida ativo fisicamente.
“Acreditamos que os resultados do estudo poderão contribuir para uma maior atenção para a promoção de um estilo de vida ativo nas políticas públicas em saúde”, afirma Trapé.