“Quem falar que acabou o home office vai perder gente”, diz executiva brasileira

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 12 de abril de 2022 às 18:00
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Para Tânia Cosentino, da Microsoft, empresas que insistirem em modelos pouco flexíveis serão as primeiras a perderem funcionários

Em um setor como o de tecnologia, a opção pelo presencial é ainda mais prejudicial, considerando a escassez de profissionais

“Aquelas empresas que hoje falam: vocês ficaram dois anos em casa e agora acabou a ‘brincadeira’, a partir do mês que vem todo mundo volta ao escritório em tempo integral. Essas empresas serão as primeiras a perderem funcionários”. O aviso vem de Tânia Cosentino, CEO da Microsoft no Brasil.

A executiva é a entrevistada do novo episódio do podcast CBN Professional, parceria do Valor com a rádio “CBN”.

Em um setor como o de tecnologia, a opção pelo presencial é ainda mais prejudicial, considerando a escassez de profissionais e uma competição global por talentos, com maior assédio de empresas estrangeiras, pagando em moeda forte e contratando em home office.

“As empresas não podem se dar ao luxo de perdê-los por insistirem nesse modelo [pouco flexível]”, afirma a CEO.

Híbrido

De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, a Microsoft optou por um modelo de trabalho híbrido após uma pesquisa com mais de 30 mil funcionários, em 30 países. O retorno tem sido lento e cauteloso, afirma.

“Ouvimos que os funcionários não querem voltar para o trabalho presencial por considerarem que trabalharam tão bem de casa ao longo de dois anos e hoje podem trabalhar para uma empresa em Manaus ou na Austrália de sua casa.”

A pesquisa mostrou também, analisa a executiva, que existe uma “desconexão entre o que líderes querem e pensam e o que funcionários querem”.

“Não existe modelo de trabalho perfeito, mas é preciso escutar as pessoas para construir processos e rituais que deem clareza sobre quando e por que o funcionário precisa ir ao escritório, e alinhar isto às expectativas deles.”


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