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Mesmo que você não seja um cristão devoto, certamente já ouviu falar da quaresma e do costume de não comer carne durante esse período
Quaresma é o período de 40 dias entre a Quarta-feira de Cinzas e a Páscoa – foto Freepik
Mesmo que você não seja um cristão devoto, certamente já ouviu falar da quaresma e do costume de não comer carne durante esse período.
No entanto, você sabe qual é a origem desse intervalo de penitência, o que ele representa e por que algumas pessoas deixam de ser “carnívoras” nesta época do ano?
Como o próprio nome quaresma sugere, trata-se de um período de quarenta dias que começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Páscoa, descontando os domingos.
Esse intervalo serve para que os cristãos se preparem para celebrar a ressurreição de Cristo, e é marcado por penitências que, além da famosa abstenção à carne, incluem sacrifícios como o jejum, a prática da caridade, as mortificações — punições físicas ou mentais por amor a Deus — e muitas orações.
Origem
Desconsiderando as prováveis origens pagãs do costume, existem registros históricos que se referem à prática de penitências como forma de preparação para a Páscoa desde os primórdios do cristianismo.
Contudo, os períodos variavam entre horas ou dias, passando por semanas inteiras e até mesmo intervalos maiores, e cada crente seguia o ritual que achasse melhor. Uma bagunça!
Foi só no século IV que o período de 40 dias foi estabelecido e a duração está baseada em várias referências bíblicas relacionadas com o número.
Entre as mais significativas, está o intervalo de tempo em que Jesus teria permanecido no deserto, a duração do dilúvio que inundou a Terra — lembra-se de Noé? —, quantos anos demorou a jornada dos israelitas que partiram do Egito com destino à Terra Prometida, o período que Moisés passou no Monte Sinai etc.
Fominha
Hoje em dia, o mais comum é que os cristãos mais devotos façam alguns jejuns, promessas e deixem de comer carne durante a quaresma.
Mas no passado as coisas eram bem diferentes e restritivas. No século V, por exemplo, existiam os que riscavam completamente do cardápio a carne de qualquer animal, enquanto outros abriam exceções para os peixes e, em alguns casos, para as aves também.
Além disso, havia quem evitasse frutos com cascas duras e ovos, enquanto os devotos mais fervorosos contemplavam o sacrifício de fazer jejum durante 24 horas inteiras ou mais durante a Semana Santa, e até os que restringiam as refeições a apenas uma ou duas por semana nesse período.
Entretanto, a “regra” mesmo era a de que as pessoas fizessem apenas uma refeição ao dia — pela noite — e evitassem totalmente a carne e o vinho; o consumo de laticínios só era permitido em troca da prática de caridades.
Atualmente, além da Igreja Católica, a Anglicana, a Ortodoxa, a Luterana e determinadas evangélicas seguem a tradição, e as penitências se tornaram muito mais brandas do que as de antigamente.
Quaresma modernizada
Com o passar dos séculos, algumas modificações foram sendo permitidas e respeitar a quaresma ficou um pouco mais fácil.
O período de penitências ainda começa na Quarta-feira de Cinzas e transcorre durante 40 dias, excluindo os domingos, e os mais devotos se limitam a fazer apenas uma refeição por dia — e sem carne no cardápio — na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa.
*Informações Mega Curioso