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Tecnologia e informações disponíveis na internet auxiliam na hora de montar o seu cantinho verde
O que vai tornar uma planta mais fácil ou difícil de ser cultivada é o atendimento das necessidades que ela tem – Foto: Freepík/Jornal da Franca
Durante todo esse tempo dentro de casa, são poucas as chances de você não ter adquirido uma plantinha. De acordo com o Google Trends, a palavra “horta” nunca foi tão buscada quanto em 2020.
Comparado a 2019, as buscas cresceram 49%, junto com os termos “como plantar” que, em 2020, atingiu seu nível mais alto de todos os tempos. Já no Pinterest, a frase “Cultivar vegetais em ambientes fechados” teve aumento de 359%.
Dentre as espécies mais procuradas, costela-de-adão, jiboia, espada-de-são-jorge, cactos e samambaias se destacam. Mas não, essas plantas não são as mais fáceis ou mais difíceis de serem cuidadas, apenas as mais procuradas.
“O que vai tornar uma planta mais fácil ou difícil de ser cultivada é a saciação das necessidades que ela tem”, explica a jornalista e professora de jardinagem Carol Costa. “Cultivar um cacto na Noruega, por exemplo, é algo para pessoas muito experientes”, brinca ela.
Em seus livros “Minhas Plantas – Jardinagem Para Todos” (2017) e “Minhas Plantas – Paisagismo Para Todos” (2020), Carol desmistifica os maiores medos do ato de plantar.
“Se fossem livros de receitas, o primeiro seria focado em ensinar a pessoa a fazer arroz, feijão, preparar uma salada. Enquanto o segundo seria focado em refeições”, explica.
Ela, que também já “matou” algumas plantas, mostra que tudo é questão de prática. “O objetivo é provar que qualquer um pode plantar, mesmo que você tenha uma longa lista de ‘planticídios’”, brinca.
A falta de tempo – mesmo em época de home office -, espaço e conhecimento sobre os cuidados das espécies podem impedir que o seu cultivo seja um sucesso.
Para isso, é necessário que você conheça o básico da planta, suas necessidades, como regar, as principais pragas. No entanto, é natural que o desejo de composições bonitas permaneça em alta, logo ao começarmos esse processo.
Um dos erros mais comuns, de acordo com Carol, é não decidir o local para a planta antes de comprá-la. “É fundamental que você saiba quantas horas de sol bate no lugar, assim como o tamanho do local, o vento e o clima da sua cidade”, diz ela, lembrando que é preciso ter claro a quantidade de tempo que você quer gastar para cuidar da planta.
Com essas informações, busque uma espécie que corresponda às características. “Se você comprar uma planta por impulso, é muito provável que tenha dificuldade de cultivá-la, porque agora você vai adaptar a sua casa para planta”, conta.
Tecnologia
Hoje em dia, só não tem planta quem não quer. Afinal, com os diversos livros, tecnologias e informações disponíveis na internet, é possível montar um cantinho verde em casa.
Para quem ainda tem medo de se arriscar no mundo da botânica, alguns aparelhos que automatizam o cultivo podem ser uma porta de entrada para aqueles que querem investir em uma horta caseira.
Para quem gosta de mexer na terra e faz da jardinagem quase uma meditação, alguns aplicativos de smartphone podem ajudar com lembretes de podas e regas.
No entanto, é preciso cuidado: “A maioria dos aplicativos que a gente encontra no mercado são traduzidos para o português, nos quais o banco de dados está baseado em plantas de clima temperado, típicas do Hemisfério Norte. Então quando usar no Brasil é tudo ao contrário”, alerta Carol.
O preferido da especialista é o Jardim Fácil (iOS e Android). “Eu uso com muita frequência. É um aplicativo feito por um brasileiro, o Harri Lorenzi, que estuda há mais de 50 anos sobre identificação de plantas. Ele não é barato [R$ 399,90], mas é um aplicativo excelente, que vale mesmo cada centavo”, conta.
O app conta com uma versão gratuita, porém limitada, e oferece um banco de dados com mais de 2 mil plantas, com diversas informações sobre cada espécie.
Para plantas amarelas ou com pragas, o Picture This (iOS e Android) é ideal. O aplicativo consegue, pela foto, identificar o problema da planta e enviar um diagnóstico completo para o usuário.
Já o PlantIn (iOS) reconhece a espécie e fornece uma lista de cuidados para cada tipo de muda, incluindo periodicidade de rega, poda e exposição ao sol. Uma versão parecida para o Android é o Plantix, que mostra os cuidados em relação à temperatura local.
Ele ainda conta com uma calculadora de fertilizantes e dicas de cultivo. É possível também perguntar na comunidade do aplicativo – uma espécie de Facebook para os usuários – possíveis problemas da sua horta ou plantação.
Para quem já tem um bom conhecimento de botânica, mas com a correria do dia a dia esquece de cuidar das espécies pela casa, o Gardenia e o Water Me (iOS e Android) são boas opções. Ambos oferecem alarmes para poda, rega, fertilização e exposição de luz.
Caso você seja inexperiente, o Cultivar Brasil (Android) é uma espécie de manual de plantação. Inclui dicas de melhores dias para o cultivo, o que plantar em cada mês, especificações sobre o clima, com base na sua localização, além de cuidados contra pragas e doenças.
Cultivo certo
Algumas dicas:
Ordem: é preciso escolher o lugar da casa onde a planta ficará e não o contrário;
Cuidado: com base na quantidade de sol, vento e sombra, pesquise os cuidados que a planta exige, como periodicidade de poda e rega;
Responsabilidade: mesmo com tecnologias que automatizam o cultivo, ainda é preciso reabastecer os reservatórios de água, por exemplo;
Tempo: saiba esperar. É preciso aprender a plantar uma espécie por vez.
As informações são da repórter Ana Lourenço do Estadão Conteúdo