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Programa de Proteção Social Assistida, criado em setembro de 2023, já se tornou referência e agora é objeto de estudo da doutora em Serviço Social pela PUC-SP, Márcia Eurico

Pesquisadora Márcia Eurico com a equipe da Ação Social de Franca
Uma abordagem inovadora, humanizada e eficiente no cuidado com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social está colocando Franca no mapa das boas práticas sociais no Brasil.
O Programa de Proteção Social Assistida, criado em setembro de 2023, já se tornou referência e agora é objeto de estudo da doutora em Serviço Social pela PUC-SP, Márcia Eurico.
Na última terça-feira, a pesquisadora esteve em Franca para conhecer de perto o trabalho desenvolvido pela equipe da Secretaria de Ação Social.
O programa tem como principal diferencial o acompanhamento da criança dentro do ambiente familiar, com o apoio de uma equipe multidisciplinar.
“Retirar a criança ou o adolescente da família já é, por si só, uma forma de violência. Franca é pioneira em acolher a família inteira, em vez de separar a criança de seu núcleo. É uma prática valiosa na defesa dos direitos de crianças e adolescentes”, destacou a pesquisadora.
Márcia reforça que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que o acolhimento institucional deve ser uma medida excepcional.
“A equipe de Franca leva isso ao pé da letra. Eles buscam todas as alternativas antes de separar a criança da família. Esse modelo é raro, mesmo em São Paulo e em outras partes do país”, completou.
Menos acolhimento, mais cuidado e economia
Segundo Iara Flávia Afonso Guimarães, diretora do Departamento de Proteção Social Especial, o programa é fruto de um trabalho coletivo, construído ao longo de anos.
“Quando não esgotamos todas as possibilidades com a família, acabamos praticando também uma forma de violência institucional. Retirar a criança do convívio familiar nem sempre é a melhor resposta”, explicou.
Hoje, 50 famílias são acompanhadas pelo programa, que funciona em parceria com a Sociedade Francana de Instrução e Trabalho para Cegos. As situações são encaminhadas por unidades do CREAS, CRAS ou pelo Ministério Público.
E os números comprovam o sucesso: nos últimos quatro anos, Franca reduziu em mais de 60% os casos de acolhimento institucional. E mais: manter a criança no ambiente familiar, com suporte e acompanhamento, custa 80% menos aos cofres públicos do que o acolhimento tradicional.
Além do apoio psicológico e social, as famílias assistidas também recebem os auxílios previstos nos programas sociais, o que contribui para superar a situação de risco e reconstruir vínculos familiares.
Essa nova forma de cuidar das famílias vulneráveis mostra que é possível unir humanidade, inteligência social e responsabilidade com o dinheiro público. Um exemplo que Franca tem orgulho de compartilhar com o Brasil.