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Moradores e turistas dependem da balsa ou de estrada de terra, que fica intransitável com chuvas
O município de Delfinópolis (MG) poderá dar um importante passo em breve em busca de um sonho antigo de sua população de pouco mais de 7 mil habitantes.
De acordo com a empresa Furnas Centrais Elétricas, a elaboração do projeto básico para a construção de uma ponte sobre o Rio Grande está em andamento e sua conclusão está prevista para este mês de maio.
Hoje Delfinópolis é praticamente uma cidade isolada. As únicas formas de se chegar ao município turístico, que fica aos pés da Serra da Canastra, é por meio da travessia de balsa sobre o Rio Grande, chegando pela LMG-856, por Cássia (MG) ou pela BR-464, que apesar de ser uma rodovia federal, é de terra e em dias de chuva fica praticamente intransitável.
“Está ilhada (a cidade). Só balsa. A estrada de terra, se chover, não passa. Choveu aqui a gente está praticamente ilhado e tem chovido bastante”, disse o presidente da câmara, Mauro César de Assis (PSD).
A construção da ponte sobre os 1,8 km que separam o Rio Grande de uma margem à outra também iria acabar com um problema de ordem financeira. Hoje, para operar as balsas sobre o rio, Furnas gasta cerca de R$ 1 milhão por ano.
Balsa cheia e escoamento agrícola
Além de ser um destino turístico por causa da Serra da Canastra, Delfinópolis é hoje o segundo maior produtor de bananas de Minas Gerais e o maior produtor de soja do Sul de Minas.
Grande parte do escoamento agrícola é feito pelas mesmas balsas por onde passam turistas e moradores. Quem quer usar a balsa paga R$ 23 quando sai da cidade. Moradores de Delfinópolis têm desconto.
A reportagem esteve na cidade entre os dias 15 e 16 de abril e presenciou o risco a que os usuários são expostos diariamente.
Em uma travessia de fim de tarde, saindo de Delfinópolis com destino a Cássia, a reportagem contou 50 coletes salva-vidas expostos na embarcação, onde havia cerca de 100 pessoas.
Além disso, a balsa ainda transportava pelo menos 10 veículos pequenos e outros três caminhões pesados.
Nenhum problema foi registrado, mas é inevitável dizer que a quantidade de gente e de veículos deixa a travessia de cerca de 10 minutos um pouco tensa. Nos dois dias, apenas uma balsa estava em operação.
“Todo dia é assim, principalmente no final de tarde. E ela carrega uns caminhões muito pesados. Isso quando a balsa não quebra e fica apenas uma funcionando. Dá um pouco (de medo), mas a gente precisa atravessar para sair da cidade”, contou um morador para a reportagem do G1.
Para alguns, a atual travessia da balsa já ficou ultrapassada. “Os moradores já não aguentam. Aumentou muito a safra de ano em ano, só aumenta, como a safra de banana, soja, milho, aumenta demais, e os caminhões e os carros ficam para trás. A balsa é pequena, ela já é coisa do passado”, disse o vereador Sebastião Pereira Oliveira (PSDB).
Conforme Furnas, atualmente o percurso entre os municípios de Delfinópolis e Cássia é realizado por três embarcações, sendo duas cedidas por Furnas, por meio de convênio, e a terceira pertencente à Prefeitura de Delfinópolis.
As três balsas têm capacidade de transportar 266 passageiros e 34 veículos leves e possuem 293 coletes salva-vidas, o suficiente para atender a tripulação e todos os passageiros que estiverem a bordo das embarcações.
Ainda conforme a empresa, Furnas é responsável pela manutenção das embarcações, cabendo à administração municipal a gestão e a operação das mesmas, inclusive acionando a empresa quando houver necessidade de manutenções, seja preventiva ou corretiva.
BR de terra
O fim das balsas e a construção de uma ponte sobre o Rio Grande não são as únicas reivindicações em Delfinópolis. Há mais de 60 anos, moradores aguardam pela pavimentação da BR 464, principal ligação do município para as cidades mais próximas por terra.
“Nós temos a maior extensão em estradas de terra, mais de 65 km até Sao João Batista do Glória, 130 km de Sacramento, daqui até Peixotos dá 60 km até pegar estrada”, conta o presidente da câmara.
Há cerca de um ano, autoridades e moradores fizeram um movimento para pedir a pavimentação da rodovia, mas desde então, pouca coisa mudou.
A principal reivindicação é que o projeto executivo do trecho, que foi iniciado em julho de 2011, seja concluído para que as obras possam começar.
(Com informações do G1)