Produção industrial cai pelo terceiro mês consecutivo, mostra IBGE

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de novembro de 2018 às 13:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:08
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Queda reflete resultados negativos em todas as quatro grandes categorias e em 16 dos 26 ramos industriais

A produção industrial brasileira
fechou setembro com retração de 1,8% frente a agosto, na série com ajuste
sazonal, registrando a terceira queda consecutiva e acumulando retração de
2,7%.

Apesar do recuo, no ano a produção
industrial ainda registra crescimento de 1,9%, assim como no resultado
acumulado dos últimos doze meses: expansão de 2,7%.

Os dados fazem parte da Pesquisa
Industrial Mensal- Produção Física Brasil (PIM-PF), que o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 1º de
novembro.

Em agosto, a indústria já havia
fechado em queda de 0,7% e em julho, de -0,2%. No confronto com setembro do ano
passado (série sem ajuste sazonal), a indústria caiu 2,0%, primeiro resultado
negativo nesta comparação, após três altas consecutivas.

A queda de setembro reflete
resultados negativos em todas as quatro grandes categorias e em 16 dos 26 ramos
industriais envolvidos na pesquisa.

Ao comentar a retração da indústria
de agosto para setembro, o gerente da pesquisa, André Macedo, atribuiu a queda
à redução nas exportações de veículos e ao ambiente de incerteza política e
econômica. “A redução nas exportações de veículos, especialmente para a
Argentina devido à crise econômica naquele país e um ambiente de incerteza
política e econômica freiam o investimento do empresário e as decisões do
consumidor brasileiro”, disse.

Destacou que a pesquisa verificou “um
grande número de fábricas de automóveis com paralisações ou férias coletivas no
mês”.

Influências

Entre as grandes categorias da
indústria, em relação a agosto, o IBGE destacou o setor de bens de consumo
duráveis que, ao recuar 5,5%, mostrou a queda mais acentuada em setembro,
influenciada pela menor produção de automóveis.

Esse segmento manteve-se
predominantemente em queda e acumulou perda de -6,4% desde julho. Em seguida,
vêm os setores de bens de capital, com recuo de 1,3%, bens intermediários
(-1,0%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,7%) que, embora tenham caído
entre agosto e setembro, anotaram quedas menos intensas do que a média nacional
de – 1,8%.

Já entre os ramos industriais que
fecharam negativamente, as influências mais relevantes foram veículos
automotores, reboques e carrocerias (-5,1%), máquinas e equipamentos (-10,3%) e
bebidas (-9,6%).

Entre os nove ramos que ampliaram a
produção em setembro, o mais relevante para a média global foi o da
metalurgia, que avançou 5,4% após mostrar variação negativa de 0,2% em agosto.

Resultado
acumulado é positivo

Apesar da queda de 1,8% da atividade
industrial em setembro, o parque fabril do país fechou o período
janeiro/setembro com crescimento de 1,9% frente a igual período de 2017, com
resultados positivos nas quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 26 ramos,
43 dos 79 grupos e 51,8% dos 805 produtos.

Entre as grandes categorias, os
resultados em 2018 mostram maior dinamismo para bens de consumo duráveis
(11,6%) e bens de capital (8,5%).

No caso de bens de consumo duráveis,
a categoria foi impulsionada, em grande parte, por automóveis, com expansão de
15,2% e eletrodomésticos da linha marrom (11,1%).

Os setores de bens intermediários
(1,0%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,1%) também acumularam taxas
positivas no ano, embora abaixo da média nacional de 1,9%.

Entre as atividades, a de veículos
automotores, reboques e carrocerias, ao crescer 16,5% exerceu a maior
influência positiva na formação da média da indústria.

Outras contribuições positivas
relevantes vieram de metalurgia (5,5%), coque, produtos derivados do petróleo e
biocombustíveis (1,9%), celulose, papel e produtos de papel (5,8%) e de máquinas
e equipamentos (4,5%).


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