compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
O Itaú-Unibanco, que produz um indicador próprio, calculou taxa menor que a da Pnad, apontando que o ano termina com de 13,8% de desemprego
Um dos componentes do cálculo da taxa é justamente o número de pessoas que procuram emprego, mas não encontram.
Apesar dos sinais de recuperação de economia, a taxa de desemprego não cai.
Pior que isso, se manteve em 14,7% em abril, o maior patamar da série história da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Especialistas ouvidos pela editora Fabiana Futema, do portal Minutos, dizem que a taxa não cai tão cedo, mesmo com a recuperação da economia e com o avanço, ainda um pouco lento, da vacinação contra a covid-19 pelo país.
É que um dos componentes do cálculo da taxa é justamente o número de pessoas que procuram emprego, mas não encontram.
“Com o avanço da vacinação, as pessoas se sentirão mais seguras para buscar emprego. O aumento da confiança na economia também anima a procura por trabalho”, afirma José Ronaldo Souza Junior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas).
Ele acrescenta que esse movimento, sozinho, deve pressionar a taxa para cima
O que pode ajudar na queda do desemprego?
Além da manutenção dos sinais de retomada, Souza Junior diz que é importante que aconteça uma recuperação do setor de serviços.
“Serviços ainda estão muito abaixo do patamar pré-pandemia”, afirma Souza Junior.
Atividades desse setor, como recreação, lazer, cultura, eventos esportivos, turismo, bares e restaurantes, depende muito da vacinação. Para esse segmento voltar, a vacinação precisa avançar mais.
Que tipo de emprego volta antes?
O que volta antes são os empregos informais e autônomos, até porque foram os mais castigados pelas restrições de circulação de pessoas.
Os informais e os por conta própria devem ser os primeiros a dar sinais positivos, até porque são atividades que não dependem de outra pessoa, mas do próprio trabalhador.
Quando o emprego dá sinais de vida?
Apesar da taxa recorde medida pela Pnad, os especialistas dizem que o emprego já deu alguns sinais de recuperação.
Já está havendo uma reação do mercado de trabalho. Para profissionais com ensino superior, o emprego já voltou para o patamar pré-crise. Mas as pessoas de menor escolaridade têm mais dificuldade para encontrar trabalho.
O Itaú-Unibanco, que produz um indicador próprio, o Idat-Emprego, calculou uma taxa menor que a da Pnad, de 13,8%.
“Vemos uma recuperação mais forte do emprego formal e da taxa de participação. O emprego formal já recuperou os níveis pré-pandemia”, afirma relatório assinado por Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú.
Como fica o desemprego no fim do ano?
O Ipea não fez uma projeção para a taxa de desemprego no fim do ano. Para a FGV, a taxa de desemprego ainda pode subir no segundo e terceiro trimestre e terminar o ano com ligeira queda.
Já o departamento de economia do Itaú está mais otimista e prevê que a taxa termine o ano em 12,1%.