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Análise feita por cientistas revelou uma conexão inesperada: as pessoas que creem e pensam em Deus estariam mais propensas a acreditar em respostas vindas da IA
Cientistas tiveram uma descoberta inesperada sobre inteligência artificial e relação das pessoas com Deus – foto Freepik
Uma análise feita por dois cientistas revelou uma conexão inesperada: as pessoas que creem e pensam em Deus estariam mais propensas a acreditar em respostas vindas da inteligência artificial.
É essa a constatação de um estudo que foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Conduzido pela professora Keisha Cutright, da Duke University, nos Estados Unidos, e pelo professor Mustafa Karatas, da Universidade Nazarbayev, no Cazaquistão, o experimento envolveu 8 etapas e chegou à conclusão que “pensar ativamente em Deus” faz com que uma pessoa fique mais aberta para aceitar as recomendações feitas por softwares de IA em vários contextos, como a indicação de filmes, produtos e até de parceiros românticos.
As constatações da pesquisa
Os pesquisadores elaboraram um experimento que consistia em envolver os participantes em atividades em que eles tivessem que pensar em Deus, e depois precisavam descrever o que significava para eles.
Em outra parte da pesquisa, para fazer o controle do experimento, os cientistas usavam técnicas mais sutis, não religiosas, como tocar uma música que evocasse Deus em uma sala de espera cheia de pessoas.
A hipótese da professora Keisha Cutright era que pensar em Deus podia afetar nossa forma de ver o mundo e nossas tomadas de decisão.
“Um dia, percebi que a IA e a tecnologia são semelhantes à religião de várias maneiras, pois ambas são frequentemente vistas diminuindo o papel dos humanos. Queríamos ver se a relevância de Deus afeta como as pessoas confiam na IA”, explicou.
Ao longo dos experimentos, os cientistas chegaram à percepção de que as pessoas que estavam ativamente pensando em Deus estavam menos propensas a rejeitar a inteligência artificial, diferente de outras, que estavam mais inclinadas a preferir sugestões feitas por humanos, ao invés de máquinas.
A análise dos resultados foi relativamente simples: as pessoas que acreditam e pensam em Deus estão confiando em algo que não podem ver. Depende da fé — e precisaria também de um pouco de fé para confiar na IA.
Ou seja, quanto mais a pessoa tiver uma crença em algo maior que ela, mais ela estará propensa também em ter alguma fé nas máquinas e robôs.
“Independentemente de sermos religiosos ou não, sabemos que Deus está associado a uma sensação de poder, vastidão e maravilha. Essa admiração pelo divino provoca uma sensação de pequenez e falibilidade nas pessoas”, conclui Cutright.
O que o experimento nos fala sobre a IA?
Contudo, a professora ressalta que os resultados do seu experimento não indicam que as pessoas, em geral, não estejam ainda mais propensas a preferir decisões tomadas por humanos. Mas, revela que quanto mais a ideia de Deus é presente na mente do sujeito, menos vantagens os humanos terão sobre aquela pessoa.
O estudo ainda concluiu que pessoas religiosas confiam mais nas decisões de inteligência artificial do que as pessoas não-religiosas. Keisha Cutright, que é professora de marketing, acredita que essa é uma informação que deve ser levada em consideração pelas empresas.
“Ao contrário da intuição da maioria das pessoas, áreas com populações mais religiosas podem ser bons lugares para começar com recomendações baseadas em IA”, afirma. Ela ainda sugere o uso de IA deve ser feito com cuidado.