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Substância psicodélica de glândulas do sapo-do-rio-colorado pode diminuir depressão, ansiedade e estresse por quatro semanas, segundo estudo
Veneno de sapo é usado em estudo para tratar depressão e ansiedade
Uma substância psicodélica encontrada na secreção das glândulas do sapo-do-rio-colorado (Bufo alvarius ou Incilius alvarius) pode ser uma nova forma de diminuir sintomas depressivos, de ansiedade e o estresse por até quatro semanas, de acordo com um estudo feito pela startup Beckley PsyTech.
A empresa britânica utilizou vapores secos da saliva do sapo para extrair a substância 5-metoxi-DMT (5-MeO-DMT), conhecida por causar potentes alterações na percepção da realidade.
O estudo foi feito com 42 participantes, que inalaram o vapor psicodélico.
Os pesquisadores avaliaram os efeitos de curto e longo prazo da experiência, realizando análises 24h após a vaporização e quatro semanas depois do experimento.
Os resultados mostraram que as avaliações de satisfação com a vida e pensamento convergente aumentaram significativamente logo após a primeira ingestão.
A sensação se manteve um mês após a inalação.
Os voluntários também declararam que sentiram aumento na atenção plena (mindfulness).
Os sintomas de depressão, ansiedade e estresse diminuíram após a primeira sessão e mantiveram-se abaixo do comum após as quatro semanas de teste.
Os participantes também “experimentaram altos níveis de dissolução do ego ou imensidão oceânica” durante a sessão e “exibiram classificações mais altas de satisfação com a vida e classificações mais baixas de depressão e estresse”, de acordo com o trabalho.
A empresa do Reino Unido havia angariado £ 3 milhões (R$ 22 milhões), em junho de 2020, para tocar a pesquisa.
Em uma segunda rodada com investidores, o trabalho recebeu outros £ 14 milhões (R$ 101 milhões) para realizar novos testes clínicos com a substância, ilegal em muitos países.
De acordo com os pesquisadores, a alteração da consciência causada pela 5-MeO-DMT dura cerca de uma hora, contra 6 a 8 horas de outros ativos psicodélicos.
O período reduzido dos efeitos facilitaria o desenvolvimento de novos estudos, uma vez que exigiria menos tempo de acompanhamento por parte dos terapeutas — fato que também diminuiria os cursos das pesquisas.
A empresa não revela quando nem como serão feitos os testes clínicos das fases 1 e 2, que envolvem estudos sobre a segurança, dosagem e evidência inicial de eficácia da substância, por motivos de sigilo comercial.
Os ensaios serão feitos no Reino Unido por parceiros acadêmicos e empresariais.
*Com informações Metrópoles