Pesquisa revela: 25,5% dos adolescentes de 12 a 17 anos estão com sobrepeso

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  • Publicado em 30 de novembro de 2017 às 14:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:27
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Para conter avanço da obesidade, especialistas são taxativos: hábitos devem mudar em casa

O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, divulgado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta que 25,5% dos adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos estão com excesso de peso. Em relação aos hábitos na infância, a Pesquisa Nacional de Saúde do Ministério da Saúde mostra que 60,8% das crianças menores de dois anos já comem bolachas recheadas. E a culpa dessa situação está em casa. “Os pais são os ‘educadores nutricionais’, isto é, é através dos exemplos e hábitos alimentares paternos que a criança desenvolve os seus próprios hábitos”, destaca a nutricionista Bruna Nazar Melo, responsável pelo Método 5s Kids da Clínica Daniela Salgado.

Segundo ela, é impossível uma criança manter uma alimentação de qualidade se em sua casa os pais consomem alta quantidade de alimentos industrializados, carregados de gordura, sódio e açúcar. Por isso, ela diz que desde a barriga, a saúde do bebê pode ser modulada de acordo com a alimentação da mãe, tanto pré, durante quanto pós-gestação. “A partir dos seis meses de idade inicia-se a introdução de alimentos, sendo um momento que exige atenção, cuidado e paciência para que a criança comece a adquirir hábitos saudáveis e tenham uma alimentação de qualidade, fornecendo todos os nutrientes que ela precisa para continuar seu desenvolvimento”, esclarece Bruna.

Bruna explica que, com a formação do paladar da criança, é importante a introdução de alimentos saudáveis

Mas se isso não for possível durante a gestação, não é preciso se preocupar. Sempre é tempo de mudar esse cenário e ajudar na formação do paladar das crianças. Para tanto, os pais devem mudar a rotina de toda a família, retirando das compras produtos como enlatados, industrializados, refrigerantes, açúcares, e ofertando diariamente alimentos qualitativos, como carnes magras, ovos, frutas, verduras, legumes, alimentos integrais. É muito mais fácil cuidar da alimentação infantil desde o início. “Porém, quando a má alimentação já se enraizou e a criança tem dificuldade de mudar e incorporar novos hábitos, é primordial a busca pelo auxílio multidisciplinar com pediatra, nutricionista e psicólogo, tornando esse caminho mais eficaz para os pais”, diz Bruna.

Planejamento e envolvimento

E se a desculpa é a falta de tempo, Bruna diz que organização é a palavra de ordem. “Pode-se tirar um dia da semana para compras de feira, higienização dos alimentos e até mesmo divisão de alguns alimentos, sem contar que planejar o cardápio das principais refeições é uma ótima ideia”, sugere a nutricionista, acrescentando que essa organização facilita o acesso da criança aos alimentos e auxilia para que tenha sempre pronta a alimentação de qualidade, inclusive para os lanches do colégio.

Para completar, envolva as crianças no planejamento das refeições e preparação dos pratos. Questione, por exemplo: “você quer cenoura e beterraba ou alface e tomate?”, “hoje faremos suco de manga ou de mamão?”, “prefere macarrão com brócolis ou frango com legumes?”. “Observamos que a dificuldade na mudança de hábitos tem o mesmo grau para ambos, pois exige esforço, disciplina e, principalmente, conscientização”, observa Bruna.

Confira algumas trocas alimentares saudáveis:

• Trocar açúcar refinado por açúcar mascavo ou demerara.
• Sorvete por banana congelada batida.
• Pipoca de micro-ondas por pipoca de panela.
• Sucos de caixinha por água saborizada.
• Queijo amarelo por queijo branco.
• Sobremesa tradicional hipercalórica por salada de frutas.
• Bolachas recheadas por biscoitos integrais.
• Pão branco por pão integral.

NO FOCO

Bruna Nazar Melo, nutricionista responsável pelo Método 5s Kids da Clínica Daniela Salgado

CRN 32079

Contatos: (16) 9.9294-9758 e e-mail: [email protected]