Pesquisa o IBGE mostra que mulher ganha menos em todas as ocupações

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de março de 2019 às 15:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:26
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Mesmo com queda na desigualdade entre 2012 e 2018, homens ganham 20,5% a mais que a mulheres

Um estudo feito pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as mulheres
ganham menos do que os homens em todas as ocupações selecionadas na
pesquisa. 

Mesmo com uma queda
na desigualdade salarial entre 2012 e 2018, as trabalhadoras ganham, em média,
20,5% menos que os homens no país. “As maiores proximidades de rendimento,
ainda que não haja igualdade, ocorreram no caso dos professores do ensino
fundamental, em que as mulheres recebiam apenas 9,5% menos que os homens”,
afirmou a analista da Coordenação de Trabalho do IBGE, Adriana Beringuy.

Em seguida,
destacam-se os dos trabalhadores de central de atendimento e de limpeza de
interiores de edifícios, escritórios e outros estabelecimentos: as mulheres
recebiam, respectivamente, 12,9% e 12,4% menos que os homens.

Entretanto, estão na agricultura e nos comércios varejistas e
atacadistas as maiores desigualdades salariais entre homens e mulheres. As
mulheres agricultoras e as gerentes de comércios varejistas e atacadistas,
recebem, respectivamente, 35,8% e 34% menos que os homens.

O estudo do IBGE feito para o Dia Internacional da Mulher teve
como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua) de 2018.

Ele mostra que a
diferença entre carga horária diária trabalhada de homens e mulheres vem
diminuindo. “Verificamos isso todos os anos, essa diferença já foi de seis horas.
É uma característica do mercado de trabalho, uma vez que isso indica apenas as
horas nesse setor”, disse Adriana Beringuy. Entretanto, este resultado se
deu muito mais por conta de uma redução na carga horária de trabalho dos
homens. Em 2012, a diferença era de 6h, mas caiu em 2018 para cerca de
4h48min.  

Adriana ressalta, no
entanto, que a jornada apresentada na pesquisa não reflete de fato o que a
mulher trabalha em todo o seu dia. “A menor jornada da mulher no mercado de
trabalho está associada às horas dedicadas a outras atividades, como os
afazeres domésticos e os cuidados
com pessoas”, afirmou.

Reflexos na participação da mulher no mercado

Hoje, as mulheres respondem por 43,8% dos 93
milhões de brasileiros ocupados. Na população acima de 14 anos, por exemplo, a
proporção é diferente: 89,4 milhões (52,4%) são mulheres, enquanto 81,1 milhões
(47,6%) são homens, constata o estudo.

Quando a comparação entre os rendimentos das mulheres e dos
homens é feita de acordo com a ocupação, o estudo mostra que a desigualdade é
disseminada no mercado de trabalho, embora varie de intensidade. “A mulher
acaba tendo participação maior na população desocupada e na população fora da
força de trabalho. Temos muitas procurando trabalho ou na inatividade, ou seja,
não procuram emprego, por inúmeras questões”, avalia Adriana.


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