Pesquisa mostra que exagerar no junk food pode desencadear demência

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 31 de julho de 2022 às 12:00
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Além do aumento de peso, comer muita besteira ainda pode desencadear demência

Além do aumento de peso, comer muita besteira ainda pode desencadear demência – foto Freepik

 

Refrigerante, hambúrgueres, pizza, sorvete, chocolate, salgadinhos, ultraprocessados, biscoitos e tantos outros itens podem ser classificados como junk food, tipo de alimento que não contém um grande valor nutricional, mas é rico em calorias, gorduras, açúcar e sódio.

Além de aumentar os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares, não fornecer os nutrientes ideais para o organismo e aumentar a propensão à obesidade, comer muita besteira pode ainda desencadear a demência, segundo um estudo realizado pela Universidade Médica de Tianjin, na China.

De acordo com o levantamento, pessoas que consomem junk food com frequência são 43% mais propensas a terem perda de memória no comparativo com as que tem uma dieta mais balanceada.

Ao todo, 70 mil indivíduos de meia idade foram analisados durante dez anos para acompanhar o impacto do consumo dos alimentos.

Os cientistas levarem em consideração diferentes fatores de risco para cada um dos participantes para chegar a um resultado mais preciso.

O estudo concluiu que a cada 10% de aumento no consumo das junk foods, o risco de desenvolver demência cresce em até 25%.

As pessoas que faziam o consumo desregulado de junk food ingeriam cerca de 810g diariamente, contra 225g dos demais.

De acordo com os resultados publicados na revista Neurology, 150 indivíduos que consumiam os produtos ricos em gorduras, sal e sódio tiveram demência ao fim da análise, contra 105 dos que consumiam de forma mais moderada.

Apesar de ainda não haver uma relação direta que coloque os alimentos gordurosos como causadores de demência, os aditivos presentes nos ultraprocessados são comprovadamente prejudiciais para a memória e outras habilidades de pensamento.

A autora principal da pesquisa, Huiping Li, classificou como encorajador saber que essa pequena mudança na rotina de uma pessoa pode interferir na possibilidade de desenvolvimento do quadro.

“Nossa pesquisa não apenas descobriu que alimentos ultraprocessados ​​estão associados a um risco aumentado de demência, mas que substituí-los por opções saudáveis ​​​​pode diminuir o risco de ter a doença”, destaca.

A principal suspeita para explicar a relação, de acordo com a chefe de pesquisa do Alzheimer’s Research UK, Rosa Sancho, é de que a falta de nutrientes afete a saúde do cérebro.

“Embora os pesquisadores tenham feito uma análise cuidadosa, é impossível ter certeza de que essa ligação se deve a diferenças na dieta e não a outros fatores de estilo de vida que podem acompanhar a ingestão de mais alimentos ultraprocessados”, alerta.

*Informações Metrópoles


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