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Pesquisadores afirmam que novas ondas de Covid podem ser desencadeadas por versões mais transmissíveis do vírus Sars-CoV-2
Um estudo brasileiro, feito por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e do Hospital Sírio-Libanês, mostra evidências de que novas variantes de preocupação do coronavírus – mais transmissíveis e com maior capacidade de escapar da proteção das vacinas – podem surgir nos próximos meses.
“Sem data de término, a pandemia persiste com o surgimento de novas variantes que ameaçam a eficácia de testes diagnósticos e vacinas”, escreveram os pesquisadores no artigo publicado este mês, na revista Viruses.
Segundo reportagem do portal Metrópoles, o estudo foi feito a partir da revisão de aproximadamente 150 artigos científicos sobre as características de evolução do vírus causador da Covid-19, a eficácia das vacinas e a resposta do sistema imune das pessoas.
Não é possível definir quando ou onde elas surgirão, mas ondas anteriores mostraram que as novas variantes tendem a surgir em localidades onde o vírus consegue circular com maior facilidade, ou seja, onde há baixos índices de imunização e de restrições de contato pessoal.
Retardar novas variantes
“Como as vacinas atuais não conseguem bloquear a transmissão do vírus, medidas complementares à vacinação, como uso de máscaras, higienização das mãos e manter os ambientes ventilados continuam sendo essenciais para retardar o surgimento de novas variantes”, escreveram os pesquisadores no artigo.
As mutações na proteína Spike – associada à capacidade do vírus entrar nas células humana – são observadas regularmente nas novas variantes, potencializando o surgimento de novos vírus diferentes dos atuais, o que pode alterar a gravidade e os sintomas da doença.
“Evidências crescentes têm mostrado que as mutações estão sendo selecionadas em favor de variantes que são mais capazes de evadir a ação de anticorpos neutralizantes”, afirmam.
Os pesquisadores brasileiros destacam que, embora as vacinas não consigam impedir a transmissão do vírus, a vacinação em massa em todo o mundo tem sido eficaz para reduzir o risco de doenças graves, hospitalizações e mortes por Covid-19.