compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Com o fim do período de defeso, desde 1° de março de 2022 as restrições deixaram de ter validade e os pescadores estão voltando
Durante a piracema os peixes se deslocam cerca 450 km, desde o rio Grande até a Cachoeira das Emas
Terminou nesta segunda-feira (28 de fevereiro), o período em que é proibida a pesca nos rios, como o Grande, Canoas, Sapucaí e Pardo, além de rios menores.
A medida, que estava em vigor desde 1º de novembro de 2021, teve o objetivo de proteger os peixes nativos que fazem a piracema – movimento de migração anual realizado por várias espécies nativas para desovar nas cabeceiras das bacias hidrográficas.
Segundo Fábio Sussel, pesquisador do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, durante a piracema os peixes se deslocam cerca 450 km, desde o rio Grande até a Cachoeira das Emas – região considerada o maior berçário de espécies do Estado.
“Esse esforço é necessário para liberar ácido lático, que é um composto necessário para ativar o hormônio da reprodução”, explica Sussel.
Abaixo da média histórica
De acordo com o pesquisador, nos últimos seis anos, o índice pluviométrico do Estado de São Paulo esteve abaixo da média histórica.
Fenômeno que perdurou até dezembro de 2021. Contudo, a partir de janeiro as chuvas foram mais intensas na cabeceira do rio Mogi-Guaçu. “A piracema não pode ser calculada em números, mas podemos afirmar que a natureza proporcionou as condições ideais para a reprodução das espécies” destaca Sussel.
Com o fim do período de defeso, a partir do dia 1° de março de 2022 as restrições deixaram de ter validade. Esse momento é bastante aguardado pelos praticantes da pesca profissional e amadora e adeptos da modalidade esportiva.
Na reabertura é comum observar o aumento da procura pelos principais pontos de pesca. No entanto, é preciso levar em conta que o fim do período de restrições não marca o final do processo.
Respeito à legislação
“A natureza não usa calendário”, ressalta Sussel, lembrando que o período de defeso foi estabelecido porque em torno de 80% dos peixes se reproduzem nesse intervalo.
“É importante que, se o pescador perceber que um peixe está com o abdome abaulado, indicando a presença da ovas, que o espécime seja devolvido ao rio”, aconselha o pesquisador.
Nunca é demais reforçar que o respeito à legislação e ao cuidado com o meio ambiente é condição para que os rios e as represas continuem a oferecer peixes em abundância às atuais e futuras gerações.