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Seguir uma dieta com jejum intermitente pode levar a mudanças importantes no funcionamento do intestino e do cérebro
Jejum intermitente pode levar a mudanças no cérebro e intestino – foto Arquivo
Seguir uma dieta com jejum intermitente, com restrição de calorias por alguns dias ou períodos, pode levar a mudanças importantes no funcionamento do intestino e do cérebro.
Pesquisadores do Instituto de Gestão de Saúde em Pequim descobriram que a restrição energética intermitente (IER) – nome técnico para o jejum – provoca alterações nas bactérias intestinais e na atividade cerebral, com efeitos positivos e negativos.
A descoberta foi publicada na revista Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, em dezembro de 2023.
O jejum intermitente envolve um controle cuidadoso da ingestão de calorias alternando períodos de restrição alimentar com outros de alimentação normal.
O método é eficaz para o emagrecimento de adultos com sobrepeso ou obesidade, mas pouco se sabe sobre os efeitos dele no eixo cérebro-intestino-microbiota.
Dieta com jejum intermitente leva a mudanças no cérebro
Para entender a relação, os cientistas chineses estudaram 25 pessoas com obesidade. Durante dois meses, os voluntários seguiram a dieta restritiva.
Primeiro, os participantes passaram por uma fase altamente controlada de 32 dias, que alternava jejuns e refeições elaboradas por nutricionistas.
Nos 30 dias seguintes, a fase de jejum foi menos controlada, e eles foram autorizados a fazer mais escolhas nutricionais. Ao final do período, os voluntários tinham perdido, em média, 7,6 quilos e 7,8% de peso.
Ressonâncias magnéticas mostraram alterações na atividade cerebral em regiões conhecidas por serem importantes na regulação do apetite e do vício, incluindo o giro orbitofrontal inferior.
Isso sugere que fazer o jejum poderia equilibrar a vontade de comer impulsivamente. No entanto, mais estudos precisam ser feitos para comprovar a hipótese.
Exames de sangue e de amostras de fezes também constataram alterações da microbiota intestinal associadas a regiões específicas do cérebro.
“As mudanças observadas na microbiota intestinal e na atividade nas regiões cerebrais relacionadas ao vício durante e após a perda de peso são altamente dinâmicas e fixas ao longo do tempo”, afirma o pesquisador e coautor do estudo, Qiang Zeng, no trabalho publicado.
O estudo também sugere que a estratégia alimentar ajuda a reduzir problemas relacionados à obesidade, como hipertensão, hiperlipidemia e disfunção hepática.
No entanto, foram observados alguns efeitos secundários negativos, particularmente na função executiva, que teriam impacto na vontade de perder peso.
Os pesquisadores explicam que o intestino e o cérebro estão intimamente ligados e se comunicam de uma forma complexa e bidirecional. No entanto, não está claro se o cérebro influencia o intestino ou vice-versa.
“O microbioma produz neurotransmissores e neurotoxinas que acessam o cérebro através dos nervos e da circulação sanguínea”.
“Em troca, o cérebro controla o comportamento alimentar, enquanto os nutrientes da nossa dieta alteram a composição do microbioma intestinal”, explica o médico Xiaoning Wang, cientista do Centro Clínico Estatal de Geriatria da China.
*Informações Metrópoles