Os setores estratégicos de Franca e região incluídos no Mapa da Economia Paulista

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 20:28
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:07
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O estudo inédito mapeou as oportunidades e desafios da atividade econômica da Região Administrativa

A Desenvolve SP – O Banco do Empreendedor, instituição financeira do Governo de São Paulo, está fazendo um trabalho estratégico para a economia paulista.

Nesse sentido, apresentou aos empresários, gestores públicos, estudantes e a sociedade paulista como um todo, um estudo, inédito, sobre as características econômicas de cada uma das 16 Regiões Administrativas (RAs) do Estado. 

O objetivo do mapa é possibilitar que o público conheça ainda mais as características específicas da sua respectiva região e, dessa forma, possa utilizá-las entre outras aspectos para empreender de forma mais assertiva e planejada.

O Mapa foi encomendado à Fundação Seade, instituição que é referência na produção de estatísticas socioeconômicas e demográficas.

O estudo identificou as potencialidades, desafios e oportunidades das 16 RAs e, agora, a Desenvolve SP disponibiliza essas informações para mostrar São Paulo sob uma nova perspectiva.

Para realizar a análise dos setores estratégicos foram considerados indicadores importantes ligados à Competitividade Regional (geração de empregos), ao Porte das Empresas Locais (por empregados).

Também se considerou o Dinamismo (faturamento das empresas) e o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS). 

Anúncios de investimentos produtivos divulgados na imprensa também fizeram parte do estudo e ajudaram a apontar tendências setoriais e regionais da economia paulista.

Franca e região

Conhecida como um grande polo do setor calçadista, a Região Administrativa de Franca tem capacidade para produzir muito mais. 

Além das confecções ligadas ao couro e calçados, as empresas locais se destacam pela agroindústria de alimentos, centrada na produção de açúcar, abate de suínos, preparação do leite e ração para animais, também por máquinas e equipamentos voltados para a agricultura e pecuária. 

A relevância da indústria cafeeira para a economia local também merece destaque uma vez que a região ocupa o status de principal área de produção de café no Estado de São Paulo.

Vale ressaltar que dentro da Região Administrativo de Franca estão inseridos dois Polos de Desenvolvimento do Estado (programa do Governo paulista que impulsiona a competitividade e a produtividade de setores já instalados de forma aglomerada no território): Couro e calçados e Saúde e Farma.

O Mapa da Economia Paulista também destaca a relação entre os setores já consolidados e o número de empregos gerado na região.

“Os segmentos de alimentos e calçadistas são os que mais empregam na região de Franca. Juntos, os setores somam mais de 70% dos postos de trabalho formais na indústria, o que demonstra a força e o impacto dessas empresas mais tradicionais no desenvolvimento local”, diz 

Oportunidades e o desafio da inovação nas empresas

Segundo Souza, o estudo vai pautar a instituição financeira na definição de estratégias para impulsionar a indústria paulista nos próximos anos. 

“Por ser uma agência de fomento, a Desenvolve SP está sempre atenta às necessidades das micro, pequenas e médias empresas. 

Nossa intenção é usar as informações obtidas como base para criar produtos e iniciativas que incentivem cada vez mais o desenvolvimento planejado da economia estadual”, diz.

Com uma estrutura industrial pouco diversificada (dois setores respondem por 76,2% da produção regional), o estudo destaca o investimento em inovação como principal ferramenta para que as empresas da Região Administrativa de Franca possam agregar valor aos seus produtos e ganhar mais competitividade.

“Aprimorar produtos e processos da cadeia do setor calçadista como a criação de novos designs e materiais pode ser a chance de os negócios locais ganharem mais produtividade e espaço do mercado nacional e internacional”, diz Souza.

Inclusive, dados levantados pelo estudo sobre o número de exportações por intensidade tecnológica revelam um alerta aos empresários da região.

As indústrias da Região Administrativa de Franca são predominantemente compostas por empresas de baixa tecnologia, a quantidade desses empreendimentos ultrapassa os 83%, um percentual bem acima dos 32,8% da média estadual.

O estudo ressalta ainda que expandir o cultivo de grãos especiais e agregar mais valor a esses produtos com novas técnicas de produção, por exemplo, também se torna um diferencial para esses empreendimentos, uma vez que seu consumo vem se intensificando no mercado externo. 

“Conhecer as forças e fraquezas da própria região permite ao empreendedor olhar o cenário econômico como um todo e, assim, aproveitar melhor as oportunidades disponíveis e se proteger das ameaças possíveis, o que representa uma grande vantagem competitiva”, conclui Nelson de Souza.

Metodologia

O estudo, disponibilizado na íntegra no site www.mapadaeconomiapaulista.com.br, utilizou a seguinte metodologia:

• Para a seleção de setores: Indicadores de Localização e Especialização por Regiões Administrativas (RAs);

• Para a avaliação de setores: Competitividade (geração de empregos), Porte das Empresas e Dinamismo (faturamento real);

• Análise SWOT: Demografia; IPRS; Estrutura Dinâmica e Econômica; Capital Humano;

Notas Técnicas

Setores selecionados: Para a realização do trabalho, foram selecionados alguns setores considerados competitivos e dinâmicos.

• Setores competitivos: aqueles que possuem concentração de emprego maior que a média estadual e elevado grau de especialização para a região;

• Setores dinâmicos: aqueles que apresentaram crescimento relevante do faturamento real entre 2010 e 2017.

Análise SWOT: SWOT é a sigla dos termos ingleses Strengths (Forças), Weakness (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). 

Trata-se de um método de gestão para o estudo dos ambientes interno e externo através da identificação e análise dos pontos fortes e fracos de uma região, por exemplo, e das oportunidades e ameaças às quais ela está exposta.

Por meio da análise SWOT realizada para este estudo, obteve-se um gráfico principal que apresenta, em um mapa de dispersão, o desempenho de setores selecionados levando em consideração a participação dos empregos formais industriais e o crescimento do faturamento real entre 2010 e 2017 nas respectivas regiões. 

Além disso, para identificar a relevância dos setores selecionados na produção de riqueza, o trabalho apresenta também a composição do Valor Adicionado Fiscal (VAF) para cada região administrativa.

Valor Adicionado Fiscal (VAF): indicador econômico-contábil calculado por meio da diferença entre o valor de entrada e de saída de mercadorias e prestação de serviços de transporte e de comunicação. É utilizado como uma proxy do PIB.

Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS): indicador inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano – IDH e exprime, sinteticamente, um conjunto de dimensões (riqueza, longevidade e escolaridade) a fim de caracterizar a posição de determinada unidade territorial (município, região administrativa, Estado).


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