Obra de revitalização da reserva ecológica do Taís, em Guaíra já na fase final

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  • Publicado em 24 de setembro de 2018 às 17:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:02
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Local homenageará uma das primeiras moradoras do bairro, Euripa Rodrigues da Silva Geloni, Dona Rosa

As obras de infraestrutura e urbanização da Mata Taís estão quase prontas, com a pavimentação de passeio público, implantação de academias ao ar livre, paisagismo, alambrados cercando o parque público, concepção de trilhas para caminhada no interior da mata, e outros equipamentos públicos que visam a preservação e uso sustentável do horto, que passará a chamar Reserva Ecológica Euripa Rodrigues da Silva Geloni, uma das primeiras moradoras do bairro Residencial Taís, que era conhecida como Dona Rosa.

A indicação do nome foi do presidente da Câmara, Edvaldo Doniseti Morais e do vereador, Rafael Talarico, solicitação acatada pelo prefeito, José Eduardo Coscrato Lelis que já se reuniu com a família que satisfeita aceitou a homenagem.

HOMENAGEADA

Nascida, em Restinga, em 23 de abril de 1950 começou a residir em fazendas da região na década de 1980, vindo a se mudar para o bairro Residencial Taís em 2002, quando o empreendimento começou a ser povoado.  Até conquistar a casa própria, Dona Rosa, uma pessoa de fé inamável e seu esposo Geraldo Geloni trilharam um jornada de muito trabalho e dedicação à família.

A história do casal começa na Fazenda Cuba, município de Ipuã. A família dela não aprovava porque, Euripa tinha apenas 14 anos e ele 15. Porém relacionamento se manteve por olhares e cartas, às escondidas. Cartas que Dona Rosa conservava atrás de um quadro na sala. Um dia seu pai, Senhor Pedro, homem muito severo, tirou o quadro da parede e achou as cartas. Ele proibiu, e para moça não ver mais Sr. Geraldo, o pai não deixava Dona Rosa ir à roça trabalhar. Tudo para impedir que ela se encontrasse com o futuro esposo. “Falava que comeria as cordas da viola nas refeições, só porque o moço gostava de tocar uma viola danada”, lembrança que entrou para o histórico da família.

De nada adiantou a severidade e proibições do Sr. Pedro porque o casal continuou o namoro e para poderem se casar tiveram que “fugir”. Depois deste episódio a família cortou totalmente as relações com Euripa, inclusive improvisando um acessório que tapava a janela da casa, por onde ela poderia ver relances dos familiares, uma vez que de sua nova moradia na fazenda ela podia avistar residência dos pais. E, foi assim por 9 anos.

Da união nasceram quatro filhos, Florinaldo, Ednalva, Rosinalva e Eliana. E em 1987 mudaram-se para Fazenda São João em Orlândia, posteriormente, para a Fazenda Rosário, em Guaíra e Fazenda Santo Antônio e por fim a Agromen.

Nesta época já fazia marmitas para os motoristas que passavam pela empresa produtora de sementes, já idealizando a alcançar a casa própria. Fazia inscrição para os empreendimentos populares e se entristecia por não ser sorteada.

Foi no ano de 2002 que Sr. Geraldo e Dona Rosa conseguiram a tão sonhada casa própria na Rua 16-B, nº 1.374 no Residencial Taís, fruto de esforço e financiamento privado. Morando na cidade ela continuou trabalhando arduamente na lavoura, conseguindo ajudar o esposo a construir muro, fazer garagem e fazer outras melhorias na casa.

Sempre zelosa com a família cuidou do esposo que sofreu três infartos, lutando e conseguindo a aposentadoria de ambos. A casa era aconchego para filhos, netos e genros.Um ponto de encontro familiar. Dona Rosa ainda fazia delícias caseiras, numa vida estável depois de muito lutar, mesmo assim com seu empenho trabalhador, naquela esquina vendia cachorro quente. Uma época lembrada com carinho pelos familiares.

Em setembro 2015 Dona Rosa foi diagnosticada com hipertiroidismo e com sua forte fé seguiu fazendo o tratamento acreditando no restabelecimento apesar dos sintomas que a prostravam.

O Natal daquele ano foi triste para a família. Um dos principais esteios estava combalido, mantendo-se na fé. E, em janeiro de 2016 foi diagnosticada com câncer de fígado. Enfermidade agressiva que a levou em 15 de maio de 2016, deixando para família muita saudades. Dona Rosa era uma pessoa de caráter forte, não reclamava, então sua história foi reconhecida e ela concederá seu nome a reserva ecológica no bairro onde ela conseguiu conquistar sua almejada casa própria.       


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