Obesidade: Anvisa aprova medicamento para perder peso já usado nos Estados Unidos

  • Robson Leite
  • Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 08:00
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Conforme especialistas, comparado a outros tipos de moléculas, a resposta do novo fármaco é de 17%, em média, ao longo de um ano. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma injeção como alternativa de tratamento para casos de obesidade ou sobrepeso. Chamado de Wegovy, o medicamento usa a molécula semaglutida — inicialmente liberada no país para controle de diabetes, mas que mostrou importantes resultados para a perda de peso.

De acordo com informações do O GLOBO, o Wegovy usa a mesma droga ativa do Ozempic e do Rybelsus (medicamentos antidiabéticos). Segundo a farmacêutica Novo Nordisk, a previsão é que o produto esteja disponível nas farmácias do Brasil a partir do segundo semestre deste ano.

Uso nos Estados Unidos

O remédio já é utilizado desde o ano passado nos EUA. No Brasil, a opção só era ofertada a partir da escolha particular do médico, a metodologia off label — indicação por conta e risco do especialista que o prescreve.

“Do ponto de vista do especialista em saúde é uma mudança muito importante. Quando a medicação é aprovada pela Anvisa nos dá uma segurança maior. Apesar de conhecermos os estudos e as aprovações internacionais, agora nossa segurança de uso é maior. Pois a formulação vem na dosagem exata e reduz o erro ou trabalho do paciente”, disse Cynthia Valerio, médica endocrinologista e Diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO).

Para quem é indicado e como funciona 

O Wegovy é indicado para pessoas com sobrepeso somado a comorbidades ou para quem tem algum grau de obesidade — para pacientes com IMC (índice de massa corporal) maior que 27, o chamado sobrepeso, ou acima de 30, já considerado obesidade, e com doenças associadas, como pré-diabetes, diabetes tipo 2, hipertensão ou problemas cardiovasculares.

O medicamento é de uso prolongado e colabora para a perda de peso a partir da transmissão de sensação de saciedade junto a outras orientações (dieta e atividade física), assim, se faz necessário o acompanhamento médico.

Em suma, a droga imita o funcionamento do GLP-1, um tipo de hormônio presente no intestino humano que atua como sinalizador de alimento presente no organismo. A ideia é que o mecanismo module o processo de digestão e satisfação.

Sem previsão para o SUS

Conforme especialistas, comparado a outros tipos de moléculas, a resposta do novo fármaco é de 17%, em média, ao longo de um ano.

Segundo o portal Olhar Digital, ainda não há previsão para que o fármaco entre para a lista do SUS. Um valor para o remédio também não foi definido.

Nos Estados Unidos, o tratamento mensal é cotado a US$ 1.300 por mês, segundo a imprensa local. De acordo com a Food and Drug Administration (FDA), entre alguns efeitos colaterais estão náuseas, diarreia, vômito, dor de barriga, dor de cabeça e fadiga.


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