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A indústria da mudança social tem 10 milhões de ONGs no mundo, que representam 4,5% do PIB global e empregam 7,4% da força de trabalho
François Bonnici traz à superfície uma série de pensamentos sobre o trabalho de inclusão social
François Bonnici, que ocupa posição-chave nas discussões em torno da resolução de problemas complexos, como pobreza e mudanças climáticas, tem uma frase importante: “A indústria social mantém a pobreza ou a faz tolerável”.
Chefe de inovação social do Fórum Econômico Mundial, ele acaba de lançar o livro “The Systems Work of Social Change” (Trabalho Sistêmico para Mudança Social, em tradução livre), pela Oxford University Press, em coautoria com a pesquisadora Cynthia Rayner.
Segundo uma matéria da Folha de S. Paulo, o livro oferece uma abordagem nova e esperançosa de como superar os desafios de uma verdadeira transformação socioambiental.
É preciso fazer mais
“O pensamento que nos trouxe até aqui não nos levará aonde precisamos chegar”, diz o médico sul-africano, que é também diretor-executivo da Fundação Schwab, uma das maiores redes de empreendedorismo social do mundo.
Experiências que somadas à de sanitarista e pesquisador nas universidades de Oxford e da Cidade do Cabo levam Bonnici a fazer uma reflexão crítica sobre a chamada “indústria da mudança social”.
Refere-se às 10 milhões de ONGs em todo o mundo, que representam 4,5% do PIB global e empregam 7,4% da força de trabalho mundial, à frente de setores como transporte e finanças.
“Se queremos uma mudança sistêmica, precisamos abordar os problemas sociais de uma maneira radicalmente diferente”, afirma.
Defesas
O pensamento básico de François Bonnici diz que os inovadores sociais ganharam destaque durante a pandemia pela forma como responderam às necessidades imediatas das comunidades em todo o mundo.
Segundo ele, para uma recuperação inclusiva e sustentável, “precisamos reconhecer e apoiar esses pioneiros da sustentabilidade e seus relacionamentos de confiança na sociedade”.
O Relatório Anual da Fundação Schwab mostra o impacto dos principais inovadores sociais e colaborações de plataforma, como a COVID Response Alliance for Social Entrepreneurs.
Bonnici argumenta que “ninguém sabe melhor do que aqueles que trabalham entre comunidades vulneráveis e excluídas que os últimos dois anos criaram mudanças sem precedentes na forma como trabalhamos e interagimos, exigindo maiores níveis de desenvoltura e resiliência de todos nós”.
Intraempreendedores
“Empreendedores sociais e intraempreendedores se destacaram de forma magnífica”, diz ele, retratando de forma lúcida exemplos que estão à vista de toda a comunidade interessada na valorização das pessoas.
A história se tornou familiar. Quando o COVID-19 se alastrou, os inovadores sociais que já estavam trabalhando na última milha para fornecer serviços essenciais, muitas vezes em ambientes com escassez de recursos.
Essas lideranças foram forçadas a mudar de marcha, muitas vezes alterando suas operações para fornecer apoio adicional às comunidades atingidas, como os sistemas governamentais tensos ao ponto de ruptura.
Desafios sociais
Provando ser extraordinariamente resilientes, esses inovadores progrediram no atendimento às necessidades imediatas da pandemia e também aos desafios sociais de longo prazo em suas comunidades.
Segundo Bonnici, “suas histórias são inspiradoras e instrutivas”.
Um artigo publicado no europeansting.com (veja aqui) mostra os números dessas ações e seus resultados em todo o mundo.
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