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A região da Alta Mogiana, na qual Franca e mais 14 municípios fazem parte, é uma das grandes protagonistas no mercado de café
Consumo de café na China vem aumentando a cada ano – foto Arquivo
A China, conhecida como o berço do chá, tem surpreendido o mundo ao adotar o café como uma das bebidas favoritas, especialmente entre os jovens.
Embora o consumo de café no país asiático tenha sido tímido até 2009, nos últimos anos, o mercado cresceu exponencialmente.
Hoje, a demanda por café na China já ultrapassa os 6 milhões de sacas anuais, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Para se ter uma ideia, em 2009, esse número não chegava a 300 mil sacas.
A Alta Mogiana no Cenário Global do Café
A região da Alta Mogiana, na qual Franca e mais 14 municípios fazem parte, é uma das grandes protagonistas no mercado de café.
Reconhecida pela produção de grãos de alta qualidade, essa área tem se destacado não apenas pela exportação, mas também pelo crescimento das vendas internas e a busca por mercados internacionais, como o chinês.
Com solo fértil e clima propício, a Alta Mogiana é responsável por uma parte significativa do café exportado pelo Brasil, que, atualmente, é o maior produtor e exportador mundial da bebida.
Com o aumento da demanda global, especialmente da China, os cafeicultores da região têm intensificado sua produção.
O café da Alta Mogiana é conhecido por seu sabor encorpado e aroma marcante, características que vêm conquistando consumidores em todo o mundo.
Expansão do Café na China
A explosão do consumo de café na China trouxe reflexos diretos para o Brasil, que viu suas exportações para o país asiático saltarem 275% em 2023, comparado ao ano anterior.
A China, que até então ocupava a 20ª posição entre os principais importadores de café brasileiro, rapidamente subiu para a 6ª posição, refletindo o forte crescimento do mercado.
A expansão do número de cafeterias na China também é um fator importante para entender essa tendência.
Com mais de 49,6 mil estabelecimentos, o país ultrapassou os EUA e se tornou o líder mundial em número de cafeterias de marca.
Entre elas, está a Luckin Coffee, uma gigante chinesa que se tornou referência no mercado e que, atualmente, compra 50% de todo o seu café diretamente do Brasil.
A Influência Brasileira no Café Chinês
Barista brasileiro Boram Um, campeão mundial de barismo – foto Instagram @boramum
O barista brasileiro Boram Um, campeão mundial de barismo, tem sido um dos principais embaixadores do café brasileiro na China.
Além de trabalhar em parceria com a Luckin Coffee, ele também desenvolve novas bebidas e ajuda a escolher os melhores grãos para a rede.
A sua atuação é um exemplo de como o Brasil tem se destacado no mercado chinês e conquistado espaço.
Além disso, a crescente popularidade do café na China trouxe novos acordos comerciais entre os dois países. Em junho de 2024, por exemplo, a Luckin Coffee fechou um acordo de US$ 500 milhões para a compra de café brasileiro.
A expectativa é que mais acordos sejam firmados até o fim do ano, somando cerca de US$ 2,5 bilhões em compras futuras.
Cultura do Café na China: Uma Nova Forma de Consumir
Cafeterias na China estão conquistando cada vez mais jovens – foto Instagram @cenchicoffee
Embora o Brasil seja conhecido pelo tradicional cafezinho coado ou espresso, o consumo de café na China se dá de maneira diferente.
Os chineses preferem a bebida misturada com ingredientes como leite, água de coco, e até suco de limão ou “moutai”, um licor tradicional chinês.
Essas misturas inusitadas têm feito sucesso, especialmente entre os jovens, que veem o café como algo moderno e diferente.
Marina Guaragna, viajante e criadora de conteúdo, relatou sua experiência ao visitar 18 cidades chinesas. Ela observou a presença massiva de cafeterias nas ruas, com preços acessíveis, o que estimula ainda mais o consumo entre o público jovem.
A Alta Mogiana e as Oportunidades para o Futuro
Com o aumento da demanda global por café, a região de Franca e toda a Alta Mogiana se encontram em uma posição privilegiada para expandir suas exportações.
O Brasil, como o maior produtor mundial de café, continuará desempenhando um papel central no mercado chinês, especialmente com a inauguração de novas fábricas de torrefação na China, o que deve consolidar ainda mais o consumo da bebida nos próximos anos.
A aposta em grãos de alta qualidade, como os produzidos na Alta Mogiana, tem sido um diferencial competitivo para os produtores brasileiros.
O café da região já é exportado para diversos países, e a tendência é que o mercado chinês se torne cada vez mais relevante.
Apesar de alguns desafios logísticos, como os atrasos nos portos brasileiros, a previsão é otimista.
A Cecafé estima que, até o final de 2024, o Brasil exporte 2,5 milhões de sacas de café para a China. Este aumento nas vendas reforça o potencial de crescimento para os próximos anos.
Com a crescente aceitação do café na China e o fortalecimento das relações comerciais entre os dois países, a Alta Mogiana tem tudo para continuar expandindo sua participação no mercado global, levando o sabor e a qualidade do café brasileiro a novos patamares.
*Informações G1