Numa expectativa conservadora, consumo de calçados deve aumentar mais de 3% este ano

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 4 de maio de 2023 às 08:00
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Atualmente, as vendas de calçados para dentro do próprio país representam 85% das vendas totais das fábricas

Atualmente, as vendas de calçados para dentro do próprio país representam 85% das vendas totais das fábricas

Conforme projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), este ano o crescimento do setor deve se dar pelo mercado interno.

Este mercado, absorvendo mais de 85% das vendas de calçados, deve consumir entre 754 e 757 milhões de pares (altas entre 3% e 3,4% ante 2022), crescimento que ainda situa o mercado interno cerca de 7% abaixo do nível prévio à pandemia.

A projeção foi anunciada durante o evento Análise de Cenários, realizado pela entidade no formato digital e tem por base as projeções feitas pelos técnicos do setor.

Cenário

O evento iniciou com a apresentação do doutor em Economia e consultor setorial Marcos Lélis, que falou sobre o cenário macroeconômico internacional e nacional.

Segundo ele, a inflação mundial elevada nas principais economias, o ajuste de estoques nos Estados Unidos, a redução dos preços dos fretes internacionais e a retomada da China após um período de restrições provocado pela política de Covid Zero devem impactar nas exportações brasileiras.

“A valorização do real diante do dólar, resultado da alta taxa de juros praticada no Brasil e da queda dos juros nos Estados Unidos, também deve ter impacto nos resultados das exportações”, disse.

A economia brasileira, por sua vez, deve crescer 0,9% em 2023, depois de um crescimento mais expressivo, de 2,9% no ano passado.

“O Brasil, já falamos em outras oportunidades, tem um teto de crescimento provocado pelas dificuldades estruturais, de falta de investimentos públicos e privados. Hoje, operamos com a taxa de juros elevada, o que dificulta e encarece ainda mais o crédito”, ressaltou Lélis.

O endividamento das famílias, ainda em padrões muito elevados, de 78,3%, também deve impactar no crescimento da economia nacional.


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