compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Tecnologia, que lembra o exame para detecção de Covid-19, custa R$ 16 e pode ajudar a iniciar tratamentos de forma precoce
Teste para detectar problema no coração é feito em casa e fica pronto em 15 minutos – foto Freepik
A insuficiência cardíaca é uma das condições que mais mata no mundo. E parte da dificuldade para tratar o problema reside no seu diagnóstico complexo.
Por vezes, o laudo da condição chega tardiamente, em razão da falta de acesso a médicos e centros hospitalares de qualidade.
Foi pensando nisso que uma equipe da Universidade Estadual do Colorado, nos EUA, criou um teste capaz de apontar de forma rápida e prática o seu risco, a partir de gotas da saliva.
Tudo é feito em casa, e o resultado sai em 15 minutos.
Batizado de “imunoensaio eletroquímico capilar (eCaDI)”, o dispositivo foi anunciado esta semana durante uma reunião da Sociedade Americana de Química (ACS).
Em nota, os especialistas explicam que o novo teste se parece com um teste de fluxo lateral transparente, feito para detectar Covid-19.
A insuficiência cardíaca diz ao enfraquecimento do músculo cardíaco ,que não consegue bombear sangue oxigenado suficiente pelo corpo.
Para detectar a condição, normalmente é feito um exame de sangue que mede os níveis de peptídeo natriurético tipo B (BNP). A proteína em questão indica que o coração está trabalhando muito.
O eCaDI, por sua vez, conta com um dispositivo para receber saliva e um biossensor. Esse sensor é focado em identificar duas proteínas questão relacionadas a insuficiência cardíaca, a Galectina-3 e S100A7.
O dispositivo consegue medir os níveis desses biomarcadores naturais e indicar o resultado em apenas 15 minutos.
Isso faz com que o teste possa ser feito pelo próprio paciente. Assim, ele pode verificar sua condição de saúde a cada, se necessário, em vez de contar apenas com os exames mais invasivos a cada seis meses ou um ano.
“É ideal para pessoas com alto risco para doenças cardíacas, que residam em áreas rurais ou de poucos recursos médicos”, explica Trey Pittman, um dos autores do estudo.
Como funciona o teste?
O eCaDI é composto por cinco camadas. A camada superior, feita em plástico, tem pequenos furos para carregar a amostra de saliva.
Logo abaixo, há canais feitos a laser com quadrados de papel absorvente na extremidade. Esses papeizinhos puxam a saliva do local de carregamento através dos canais.
Encaixadas entre as camadas externas de plástico estão almofadas de fibra de vidro contendo compostos que reagem com a saliva, e medem as concentrações de Galectina-3 e S100A7.
A camada inferior de plástico tem eletrodos de tinta de carbono na sua superfície. Dois eletrodos, alimentados por pequenas pinças com fio de uma fonte externa, controlam a reação química que acontece nas almofadas de reagentes.
“Os dispositivos são muito fáceis de montar”, afirma Pittman. “Em cerca de 20 a 30 minutos, podemos fazer cinco deles.”
O eCaDI é de uso único e os pesquisadores estimam que cada um deve custa cerca de R$ 16. O potenciostato, uma pequena fonte de energia reutilizável, é vendido por cerca de R$ 110.
Futuro da pesquisa
Durante testes, os pesquisadores adicionaram amostras de saliva humana com os dois biomarcadores que indicariam insuficiência cardíaca.
Seus resultados mostraram que o eCaDI detectou com precisão as quantidades de Galectina-3 e S100A7 na saliva.
“Essas demonstrações são um primeiro passo em direção a um sensor eletroquímico robusto e não invasivo para biomarcadores de insuficiência cardíaca” indica Pittman.
*Informações Galileu