Um scanner foi criado para verificar a qualidade e o prazo de “validade” das frutas que são vendidas nos supermercados e varejões. A tecnologia utiliza algoritmos específicos, que avaliam o nível molecular dos alimentos e dizem por quanto tempo mais eles podem ser considerados bons para consumo.
A ideia surgiu a partir de técnicos da empresa britânica OneThird, que transformou a funcionalidade em um scanner, que estará disponível para mercados em todo o mundo brevemente.
Cada fruta terá sua própria “impressão digital” molecular única, indicando quando está próxima do estado de apodrecimento. Essas informações individualizadas permitirão aos fornecedores tomar decisões estratégicas, como enviar lotes específicos para empresas de conservas ou ajustar os horários de venda em supermercados.
Como funciona
Ao jogar a luz do scanner em um morango, por exemplo, os algoritmos dele identificam configurações específicas de água, açúcares e outros compostos, incluindo etílicos e álcoois.
Essa análise molecular permite calcular com precisão quantos dias aquela fruta permanecerá fresca, boa para consumo. Com isso, fornecedores e varejistas podem agir de maneira estratégica, decidindo o melhor destino para cada lote.
“Eu mergulhei e observei os desafios da cadeia de abastecimento alimentar, que está meio quebrada”, disse Marco Snikkers, fundador e CEO da OneThird.
Contra o desperdício
Com o scanner, a empresa espera reduzir as perdas e melhorar a qualidade de alimentos que chegam até o consumidor.
Segundo representantes da OneThird, a tecnologia ainda pode ajudar no planejamento de distribuição de alimentos para áreas remotas e comunidades em situação de vulnerabilidade.
“Começamos a conversar com pessoas do setor e descobrimos que 40% do desperdício de alimentos são produtos frescos. Uma das maiores causas do desperdício é que ninguém sabe o prazo de validade.”
Os scanners portáteis, originalmente baseados em tecnologia desenvolvida no setor médico, atualmente conseguem determinar o prazo de validade de morangos, tomates, abacates e mirtilos. No entanto, uma atualização em breve expandirá essa capacidade para incluir uvas, bananas, mangas e framboesas.
Contra o desperdício alimentar
Marco Snikkers conta que um dos principais trabalhos da empresa que ele representa é conscientizar sobre o desperdício alimentar, uma vez que um terço dos alimentos produzidos globalmente é desperdiçado.
Ele espera que o scanner reduza significativamente as perdas na cadeia de abastecimento. O transporte de alimentos por grandes distâncias e a imprevisibilidade da perecibilidade são fatores que contribuem para esse desperdício.
Segundo o portal Só Notícia Boa, o scanner da OneThird oferece uma solução prática para um problema global porque fornece informações mais precisas aos agricultores, varejistas e consumidores, promovendo uma abordagem mais sustentável na cadeia de abastecimento alimentar.