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O coronavírus Sars-CoV-2 sofre mutação quase uma vez por semana – uma taxa 50% maior do que se pensava antes
Mutações do novo coronavírus são muito maiores do que se pensava
O coronavírus Sars-CoV-2 sofre mutação quase uma vez por semana – uma taxa 50% maior do que se pensava antes.
A nova estimativa está em um estudo, publicado em 24 de agosto, no jornal científico Genome Biology and Evolution.
A pesquisa indica que a taxa de mutação anterior não incluía todas as variantes do coronavírus existentes, pois algumas delas nunca foram sequenciadas.
A descoberta contou com a participação de pesquisadores da Universidade de Bath e da Universidade de Edimburgo, ambas no Reino Unido.
Dessa vez, os cientistas consideraram mutações prejudiciais à sobrevivência do Sars-CoV-2.
Normalmente, essas variações tornam os genes do vírus mais curtos ou comprometem a função das proteínas virais, como a proteína spike, auxiliadora do coronavírus na hora dele invadir as células.
É comum que esse tipo de cepa não sobreviva no paciente por tempo suficiente para ser sequenciada, por isso havia ficado de fora dos cálculos anteriores.
Porém, ao incluírem essas alterações, a equipe notou que a seleção natural favorece mutações com aminoácidos estáveis, ou seja, que não precisam ser produzidos pelo organismo com tanta frequência.
“Achamos que estamos vendo isso porque o vírus está sob forte pressão seletiva para se replicar rapidamente (…)”, explica Atahualpa Morales, colaborador do estudo, em comunicado. “Portanto, usar aminoácidos com uma vida útil mais longa significa que é menos provável que você tenha que esperar por suprimentos [para sua produção].”
Além disso, a pesquisa mostrou também que o Sars-CoV-2 pode evoluir em pacientes com quadros de Covid-19 que duram algumas semanas, mas as chances são baixas.
“Nem todas as notícias são ruins porque a maioria das pessoas transmite e elimina o vírus antes que ele sofra uma mutação total, o que significa que a chance de evolução dentro de um paciente geralmente não é tão alta”, pondera Laurence Hurst, professor que liderou o estudo.
Ainda assim, a nova taxa de mutação indica que há mais espaço para a evolução do vírus do que se imaginava antes.
A ideia dos pesquisadores agora é descobrir porque as variantes desvantajosas escaparam dos cálculos.
“Com o grande número de genomas do Sars-CoV-2 agora sequenciados, podemos dizer algo sobre quantas e porque essas mutações estão ausentes, apesar do fato de que não podemos estudá-las totalmente diretamente”, diz Hurst.
*Informações Revista Galileu