Nova técnica tira coágulo de artéria no cérebro e cura vítimas de AVC

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 17:32
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:23
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Conhecido como cateterismo cerebral, tratamento basicamente desentope artérias obstruídas do cérebro

​Cientistas adjuntos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto desenvolveram uma técnica eficaz na redução de quase a totalidade das sequelas de vítimas do AVC, como a paralisia facial e a perda de movimentos do corpo.

Conhecido popularmente como cateterismo cerebral, o tratamento basicamente desentope artérias obstruídas do cérebro cerca de 24 horas após os primeiros sintomas. Tal método foi aprovado previamente pela Anvisa.

Com o tratamento endovascular, às vezes, o médico vê respostas dramáticas. Pacientes que ficariam sequelados pelo resto da vida voltam a andar com esse tratamento. 

“Então, é uma alternativa terapêutica muito interessante”, informou o neurologista Octávio Pontes Neto, da USP.

Octávio diz que o procedimento consiste em “introduzir um microcateter em uma artéria na perna do paciente que avança até a área entupida do cérebro”; neste local, há um coágulo que impede a circulação sanguínea. 

O microcateter aspira e remove o coágulo com um dispositivo chamado stent, um desobstruidor de vasos.

De acordo com o pesquisador, a técnica é bastante eficiente e pode remover até 80% dos vasos sanguíneos comprometidos.

É mais eficaz que o atual tratamento convencional, com medicação receitada que dissolve os coágulos formados no cérebro, causadores do AVC.

No entanto, o quão eficiente será o tratamento depende da gravidade da lesão e do tempo em que ocorreu. 

Octávio explica que quando um AVC ocorre, os neurônios sofrem com a falta de oxigênio e morrem a uma taxa de 1,9 milhão por minuto (um cérebro saudável têm 100 bilhões de neurônios).

“É como se fosse uma fogueira queimando um canavial e a gente tem que correr, como um bombeiro, tentando apagar o incêndio, tentando abrir a artéria o mais rápido possível para restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro”, diz.


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