No Estado de São Paulo, mais de 15 mil pessoas esperam por um órgão

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de setembro de 2018 às 08:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:00
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Neste mês de incentivo, o próximo dia 27 foi escolhido como Dia Nacional de Doação

Dos primeiros transplantes que se tem notícia até os dias atuais, as técnicas evoluíram muito e, somadas a elas, a descoberta dos medicamentos imunossupressores, usados para evitar a rejeição do órgão transplantado, possibilitaram que os transplantes se tornassem rotineiros.

Mas, mesmo com esse avanço todo, ainda precisamos transpor algumas barreiras, especialmente as da falta de informação e do preconceito. Somente no Estado de São Paulo, segundo dados do Sistema Estadual de Transplantes, são cerca de 15 mil pessoas esperando por um órgão, a maioria por um rim, que somam mais de 11 mil pessoas. Também estão na fila pacientes à espera de córnea, fígado e coração.

E a terceira idade muitas vezes já não é empecilho para a doação de órgãos. Depende muitas vezes da saúde do doador e não da idade, como afirma a enfermeira Margarida Momenti Chiaretti, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP. 

A doação acontece após a constatação da morte encefálica, quando é  feita entrevista com a família do possível doador. Essa entrevista é feita por profissionais com formação e capacitação, mas, principalmente, com sensibilidade para conversar num momento de dor.

Se já era um desejo da pessoa ser doadora, fica muito mais simples para a sua família decidir. Mas, infelizmente, muitas vezes a família não conhece esse desejo, por isso a importância de cada um de nós termos essa conversa com a nossa família. “A família que ama pode salvar outras vidas”, lembra Marizete Peixoto Medeiros, coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

A captação desses órgãos no Estado de São Paulo inteiro é feita por profissionais das Comissões Intra-hospitalares de busca de órgãos para transplante ou pelas Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). Ao todo, são dez dessas organizações no Estado e em Ribeirão Preto existe uma sede com uma rotina que inclui toda a região, como conta Margarida Chiaretti.

Setembro é o mês de intensificação das campanhas para captação de órgãos, uma vez que 27 foi escolhido como Dia Nacional da Doação de Órgãos. Na cidade de São Paulo, as atividades já começaram em agosto e vão se estender por todo o mês de setembro.

No dia 27, o prédio da Fiesp estará iluminado em alusão à campanha e os letreiros das rodovias também vão lembrar a importância de doar órgãos para salvar vidas.


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