Não gosta de brócolis? A explicação pode estar nas bactérias da saliva; entenda!

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 23 de setembro de 2021 às 16:00
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Composto em plantas do gênero “Brassica”, que inclui também couve-flor e couve-de-bruxelas, origina cheiro desagradável ao reagir com enzimas presentes na boca

brócolis

Nem sempre quem não gosta de brócolis tem o paladar exigente

 

Algumas pessoas, especialmente crianças, não gostam de brócolis, nem de couve-flor ou de couve-de-bruxelas, mas isso não significa que elas sejam exigentes demais.

Na verdade, há uma explicação para isso: um componente presente nessas verduras, que pertencem ao gênero Brassica, reage com enzimas da saliva, podendo originar odores desagradáveis.

O componente, chamado sulfóxido de S-metil-cisteína, origina compostos de enxofre voláteis, que têm cheiro ruim.

Essa produção ocorre quando a substância entra em contato com uma enzima fabricada tanto nos tecidos das plantas quanto por bactérias na saliva de algumas pessoas.

Cientes disso, pesquisadores descobriram que crianças com níveis elevados de compostos de enxofre são mais propensas a não gostar de comer verduras Brassica.

Além disso, tal nível costuma ser semelhante de pais para filhos, o que significa que o desprezo por brócolis e afins pode ter alguma relação com a genética.

A descoberta foi publicada na última quarta-feira (22), no Journal of Agricultural and Food Chemistry.

Os pesquisadores do órgão de pesquisa australiano Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) identificaram os compostos de odor presentes na couve-flor e no brócolis, tanto crus quanto cozidos no vapor, utilizando espectrometria de massa.

Em seguida, eles pediram que 98 duplas de pais e crianças de 6 a 8 anos de idade classificassem os cheiros das substâncias.

O composto pior avaliado pelos adultos e crianças foi o trissulfeto de dimetila, que tem um cheiro podre e sulfuroso, segundo comunicado sobre o estudo.

Por último, os cientistas pegaram amostras de saliva e as misturaram com pó de couve-flor crua, para estudar como as substâncias voláteis eram fabricadas na reação ao longo do tempo.

Os níveis dos componentes de enxofre variavam entre os indivíduos, mas, entre pais e filhos, a taxa foi similar na maior parte dos casos.

De acordo com os cientistas, a variação da produção dessas substâncias de odor é uma possível explicação para o porquê de nem todo mundo gostar de brócolis e couve-flor.

*Informações revista Galileu


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