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Com o passar dos anos, jovens deixaram de se interessar no trabalho de sapateiro
Com o passar dos anos, jovens deixaram de se interessar no trabalho de sapateiro
Nos anos 70, 80 e até no início do século 21, grande parte dos jovens de Franca começavam as suas atividades profissionais na indústria calçadista.
É comum conversar com empresários, advogados, artistas ou comerciantes com mais de 50 anos que tenham passado pelas esteiras das fábricas francanas.
Um exemplo clássico é a dupla Rionegro e Solimões, que se conheceu quando trabalhava em uma fábrica de sapatos e cantava durante os intervalos.
Porém, com o passar dos anos e o crescimento de outras atividades econômicas, como os setores comercial e de serviços, além da área da tecnologia, as novas gerações passaram a não ter mais o mesmo interesse pela atividade calçadista.
O reflexo disso é sentido pelos empresários do setor. O RH das empresas não encontra facilmente, como em outros tempos, mão-de-obra, principalmente especializada.
“Esse problema vem aumentando nos últimos cinco anos. Mas não é de hoje. Penso que a solução seria um resgate do prestígio da atividade. O jovem não quer mais trabalhar com calçados”, afirma o empresário calçadista Giuliano Gera, da PG4 Galleria.
Ele afirmou que, em razão da pandemia, o afastamento dos jovens e o desinteresse em trabalhar na indústria calçadista aumentaram ainda mais.
Para quem tem aprender uma profissão, porém, o empresário dá a dica. “Temos cursos excelentes na área calçadista do Senai de Franca que não consegue preencher as vagas existentes”, disse Gera.