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Viver em um condomínio tem suas vantagens, mas também pode trazer desafios como barulhos inoportunos, uso indevido de vagas de garagem e áreas comuns
Barulhos, uso indevido de vagas de garagem e áreas comuns são alguns problemas que podem gerar multa – foto Seval Administradora
Viver em um condomínio tem suas vantagens, mas também pode trazer desafios como barulhos inoportunos, uso indevido de vagas de garagem e áreas comuns.
Muitos desses problemas são proibidos e podem resultar em multas para os moradores infratores. Entenda como funcionam as multas condominiais, quando podem ser aplicadas, seus valores e como recorrer.
O Que São Multas de Condomínio?
Definição
Segundo Marina Rosa Cavalli, advogada especializada em Direito Imobiliário, as multas de condomínio são penalidades financeiras aplicadas a moradores que violam as regras da Convenção do Condomínio e do Regimento Interno.
Elas também podem ser aplicadas de acordo com o Código Civil, que exige o cumprimento de deveres como o pagamento das despesas condominiais, a preservação da segurança e estética do edifício, e o uso adequado das áreas comuns.
Quando Podem Ser Aplicadas?
Procedimento e Aprovação
O condomínio pode aplicar multas sempre que houver descumprimento das regras internas e legais. É necessário seguir o procedimento previsto nos documentos do condomínio, garantindo o direito de defesa do morador.
Em casos onde a convenção não prevê a cobrança, somente a assembleia geral pode decidir sobre a aplicação da multa, necessitando da aprovação de, no mínimo, dois terços dos condôminos.
Rodrigo Karpat, advogado especializado em Direito Imobiliário, ressalta que a aplicação de multas deve ser a última instância para resolver conflitos.
Casos Comuns de Multa
Entre os casos mais comuns de aplicação de multa estão: barulho excessivo, arremesso de objetos, uso inadequado das áreas comuns, inadimplência da taxa condominial, comportamento antissocial e mau uso da vaga de garagem.
Advertências costumam preceder as multas para evitar nulidades, exceto em casos graves previamente definidos em convenção.
Procedimento
Marina Cavalli lista as etapas gerais do processo de aplicação de multa: identificação da infração, notificação formal do morador, concessão de prazo para regularização ou defesa, deliberação em assembleia (se necessário) e cobrança formal. “É essencial advertir verbalmente o infrator antes de aplicar a multa”, afirma Rodrigo Karpat.
Valor da Multa
Cálculo e Limitações
Os valores das multas são definidos pela Convenção do Condomínio ou pelo Regimento Interno, podendo ser fixos ou proporcionais à taxa condominial. Rodrigo Karpat explica que as infrações podem ser categorizadas em leves, médias, graves e gravíssimas, com valores correspondentes.
O Código Civil limita o valor das multas a até cinco vezes a taxa condominial, podendo chegar a dez vezes em casos de comportamento antissocial.
Parcelamento e Pagamento
Prazo e Condições
Geralmente cobradas à vista, as multas podem ser negociadas para pagamento parcelado, dependendo da decisão do síndico ou da assembleia. O prazo para pagamento varia conforme as regras internas do condomínio, geralmente entre 5 a 15 dias.
“As cobranças precisam ser distintas para evitar que o não pagamento da multa resulte também na inadimplência da taxa condominial”, diz Marina Cavalli.
Consequências do Não Pagamento
A falta de pagamento da multa pode resultar em cobrança judicial e outras restrições, como impossibilidade de participar de assembleias. “Além disso, o condômino pode enfrentar ações de despejo em casos extremos”, alerta Marina Cavalli.
Recurso da Multa
Direito de Defesa
Rodrigo Karpat destaca que os moradores têm o direito de recorrer de qualquer multa, podendo contestar diretamente junto à administradora ou judicialmente.
“Em todas as etapas, o condômino deve ter o direito de defesa, sob pena de nulidade do procedimento”, explica o advogado. A defesa deve ocorrer por escrito e, se necessário, ser ratificada em assembleia.
Moradores Reincidentes e Imóveis Alugados
Reincidência
Para moradores reincidentes, as multas devem ser aumentadas para desencorajar novas infrações. Em casos extremos, pode-se solicitar judicialmente a exclusão do condômino antissocial.
“O limite legal da multa, havendo deliberação de 3/4 dos condôminos, pode chegar a cinco vezes o valor da taxa condominial”, explica Marina Cavalli.
Responsabilidade de Inquilinos
Inquilinos que violarem as regras também são responsáveis pelo pagamento das multas. Proprietários, mesmo não sendo os infratores diretos, são solidariamente responsáveis e podem buscar ressarcimento do inquilino.
“A justiça tem entendido que tanto o inquilino quanto o proprietário são solidários no pagamento da multa”, comenta Rodrigo Karpat.
Como Evitar Multas
Seguir as regras do condomínio e agir com bom senso são formas simples de evitar multas. Conhecer e respeitar a Convenção do Condomínio e o Regimento Interno é essencial.
“Questões controversas devem ser discutidas em assembleia, mas enquanto as regras estiverem em vigor, devem ser seguidas”, orienta Rodrigo Karpat.
Viver em comunidade requer atenção e respeito às normas para garantir uma convivência harmoniosa e evitar penalidades desnecessárias.
Com essas informações, você está preparado para lidar com as multas condominiais de forma eficaz e evitar problemas futuros!
*Informações Casa e Jardim