Mortalidade por doenças cardiovasculares continua alta nos últimos 10 anos

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  • Publicado em 21 de junho de 2018 às 12:08
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:49
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Prevalência da obesidade e descontrole da pressão arterial e outros são as causas dessa situação

Dados
levantados pela Socesp demonstraram que, nos últimos 10 anos, não houve redução
das taxas de mortalidade cardiovascular na população paulista. É um resultado
surpreendente, considerando-se as suas características socioeconômicas e
demográficas semelhantes às de países desenvolvidos, onde há constante redução
de óbitos por essa causa.

Baseado
nesses resultados, a entidade aproximou-se dos municípios, com o intuito de
somar forças em prol da redução das taxas de mortalidade cardiovascular. Nesse
sentido, realiza o Épico, levantando dados sobre possíveis variáveis associadas
ao não controle do colesterol e triglicérides, hipertensão e diabetes, causas
principais das doenças cardiovasculares, e elaborando uma estratégia para
prevenção e controle.

O
Épico é um projeto composto por duas ondas. A primeira consiste no levantamento
de dados de prevalência e de fatores associados ao risco cardiovascular na
prevenção primária de pacientes assistidos em unidades básicas de saúde. A
segunda será composta pela elaboração de uma estratégia multifacetada, baseada
nos resultados obtidos na primeira e posterior avaliação de sua efetividade no
controle dos fatores de risco cardiovascular.

O projeto, em todas as suas fases, será
custeado pela própria Socesp. Ficam a cargo dos municípios apenas as coletas de
dados para as análises e interpretações dos resultados, que serão
posteriormente discutidos com os gestores de saúde das cidades. Atualmente, o
Épico encontra-se no Vale do Ribeira, Grande São Paulo, Capital, Baixada
Santista, Região dos Mananciais, Jaguariúna e Grande Campinas.

Dados preliminares

Estudo coletou informações de 2.500 pacientes
de ambos os gêneros, de quatro cidades do Estado de São Paulo, em 102 unidades
básicas de saúde. Aproximadamente 70% dos avaliados eram mulheres. Constatou-se
alta prevalência de obesidade. Identificou-se, também, nível defasado de
instrução educacional associado à baixa renda familiar: 79% dos avaliados não
haviam concluído o Ensino Fundamental e 78% tinham renda familiar inferior a
dois salários mínimos.

Observou-se, ainda, baixo controle dos
fatores de risco cardiovascular: somente metade dos pacientes com histórico de
hipertensão apresentava pressão arterial dentro das metas preconizadas pelas
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia; somente um quarto dos
portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 apresentavam valores de glicemia dentro
das metas preconizadas pelas diretrizes médicas da SBC e SBD; o controle da
dislipidemia (colesterol elevado) é o fator de risco cardiovascular menos
controlado. Somente 16% apresentavam valores dentro das metas preconizadas pela
diretriz da SBC.