Molde de silicone, acesso remoto e outros: como fraudes são identificadas no Detran

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 6 de julho de 2021 às 08:00
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A fiscalização do Detran.SP, por meio do e-CNH, sistema eletrônico de registro de aulas, consegue rastrear todas as etapas de habilitação

O molde de silicone para fraudar o sistema de controle biométrico nas aulas é um dos mais usados contra o Detran.SP

Desde 2019, o Detran.SP já registrou irregularidades em 261 CFCs do Estado de São Paulo.

Nos casos mais recorrentes, os alunos vão à autoescola para colher a digital no começo da aula e só retornam perto do horário previsto para encerramento da mesma.

Há também situações em que os supostos estelionatários utilizam um molde de silicone para fraudar o sistema de controle biométrico do Detran.SP na abertura e fechamento de aulas, sem a necessidade da presença do aluno.

“O Detran.SP atua com cada vez mais rigor para que situações como estas não se repitam. É nosso papel fiscalizar qualquer indício de fraude ou irregularidade”, destaca o presidente do Detran.SP, Neto Mascellani.

“Por isso sempre reforçamos a recomendação para que o cidadão denuncie e contribua neste enfrentamento”, acrescenta o presidente, que busca um serviço eficiente e moralizado.

Mais eficiente

A equipe de fiscalização do Detran.SP, por meio do e-CNH, sistema eletrônico de registro de aulas, consegue rastrear todas as etapas de habilitação, desde as aulas teóricas até a presença dos alunos nas aulas práticas, veículos utilizados e instrutores escalados.

“Para aulas práticas, a equipe consegue identificar previamente pelo sistema e-CNH aluno, instrutor e veículo”, explica Raul Vicentini, diretor de Habilitação do Detran.SP.

Ele diz que, com essas informações, o Detran.SP consegue averiguar a situação no local. Caso o andamento da aula não esteja de acordo com o que foi registrado no sistema, o caso é encaminhado para a Polícia Civil.

Já em aulas teóricas, os fiscais possuem relatórios com a relação de alunos e instrutores que estarão em sala de aula e é possível identificar através de chamada oral se todos os alunos estão presentes.

Além de “alunos fantasmas”, outras irregularidades são frequentemente descobertas nos CFCs.

São elas:

Acesso remoto:

o credenciado instala um software que permite o acesso remoto exclusivo ao computador para aplicação das provas teóricas.

Irregularidades estruturais: 

quando a equipe de fiscalização identifica problemas estruturais de CFCs em desacordo com as recomendações da portaria 101/2016, que estabelece um padrão de estrutura física aos credenciados, como tamanho e quantidade de salas e adequação predial para PCDs.

Atividades diversas: 

os CFCs utilizam a autoescola para outros fins, como despachante, por exemplo.


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