Ministério da Saúde reforça necessidade de doação de sangue no frio

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de junho de 2019 às 18:16
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:37
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Dezesseis brasileiros em cada mil são doadores de sangue, o que representa 1,6% do total da população

Dezesseis brasileiros em cada mil são doadores de
sangue, o que representa 1,6% do total da população. A estimativa é de que 66%
dessas doações sejam espontâneas, ou seja, de pessoas que buscam os centros de
doação voluntariamente.

A média de doações no país está dentro da meta da
Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza que entre 1% e 3% dos
habitantes de um país sejam doadores de sangue.

Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos anos, as
taxas de doação ficaram estáveis, o que demonstra que há uma conscientização da
população. No entanto, o ministério reforça que é necessário fortalecer as
ações que estimulam a doação voluntária para manutenção dos estoques no país.

Em especial no inverno e feriados prologados,
períodos em que se tem uma baixa de estoque de sangue, é preciso ampliar as
ações para levar o público aos hemocentros “Nesses momentos, as pessoas mudam
suas rotinas, viajam ou aproveitam para descansar. Então é importante fazer a
doação de sangue antes de viajar ou de curtir o feriado”, diz o ministro
interino.

Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, em 2017, foram
coletadas 3,4 milhões de bolsas de sangue e realizadas 2,8 milhões de
transfusões. Desse total, 34% correspondem à doação de reposição – quando o
indivíduo doa para atender à necessidade de um paciente.

Foi por esse motivo que a farmacêutica, Priscila Drumond Alves
Moreira, 37 anos, que mora em Belo Horizonte, fez sua primeira e única doação
de sangue em novembro de 2016. “Foi por causa da minha avó que teve uma
fratura, precisava de cirurgia e foi pedido doação. Antes disso, tinha tentado
doar e tinha me sido dito que eu não poderia por ter tomado medicação
anticonvulsivante na infância. Apesar dessa restrição fui ao Hemominas e eles
falaram que o protocolo mudou e que eu poderia doar”, conta Priscila.

A família da médica Roberta Catarfina, 37 anos, que mora em
Brasília, conseguiu levar 29 pessoas aos bancos de sangue em São Paulo após a
sobrinha Bruna, de 6 anos, passar por uma cirurgia.

Das pessoas que compareceram ao chamado, 23 estavam aptas a
fazer a doação. Agora ela se prepara para repetir a campanha a pedido do
hemocentro por causa do baixo estoque nessa época do ano. “Achei uma atitude de
nobreza de sentimento, que às vezes nem mesmo o doador imagina que seja tão
importante. Sabendo das dificuldades de sair de casa, trabalho, compromissos e
doar algo que, realmente, pode salvar vidas e fazer a diferença para alguém que
nem conhece. Fiquei surpresa porque a maioria a gente nem conhecia e foi lá
doar”, diz Roberta.

Recomendação para doar sangue

Pessoas com mais de 16 anos (até os 18 com autorização do
responsável) e até 69 anos que pesam no mínimo 50 quilos (kg) e em bom estado
de saúde são potenciais doadores.

A recomendação é para que o doador esteja descansado, não tenha
ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não esteja de
jejum. Homens podem fazer quatro doações anuais e mulheres três. O intervalo
mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

Segundo o Ministério, a doação é segura e todo o sangue coletado
é testado para HIV, Hepatite C e B, respeitando a “janela imunológica” dessas
doenças – aquele tempo em que o vírus já está presente no doador, mas ainda não
é possível sua detecção.

Por isso, o processo que antecede a doação é composto por
entrevista em que é avaliado o estado de saúde do paciente. “Durante a
entrevista, que é sigilosa, é avaliado o estado de saúde do doador, visando à
proteção de sua saúde e da saúde do receptor e, ainda, são utilizados produtos
descartáveis no processo de doação”, diz o coordenador-geral de Sangue e
Hemoderivados, do Ministério da Saúde, Flávio Vormittag.

O país possui 32 hemocentros coordenadores e outros 2.066
serviços de coleta ligados ao Sistema Único de Saúde. Em 2018, foram investidos
R$ 1,3 milhão em qualificação de profissionais, modernização e fornecimento de
medicamentos para a rede. Para este ano o mesmo valor está previsto para
investimentos nos serviços da rede de coleta de sangue.


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