compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Uma bússola ou um app de astronomia (como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari e SkyView) podem ajudar na observação
Astrônomos tentam prever há anos uma “tempestade” a partir da chuva de meteoros Tau-Herculids. O fenômeno raro e tão aguardado pode acontecer na semana que vem, com possibilidade de milhares de “estrelas cadentes” por hora, se as projeções se confirmarem.
Caso o cenário mais otimista dê certo, até 100 mil meteoros por hora devem atingir nossa atmosfera, a uma velocidade de 16km/s, considerada baixa. Assim, os riscos luminosos fazem um percurso lento e longo, ficando no céu mais tempo.
Segundo notícia do portal UOL, na página Tilt, o pico da possível tempestade está previsto para ocorrer entre segunda e terça-feira (30 e 31 de maio).
Céus brasileiros
O fenômeno será melhor observado do hemisfério Norte, mas não está descartada a possibilidade dele gerar um belo espetáculo em céus brasileiros.
A Tau-Herculids é formada por detritos do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3 (SW3), que está se despedaçando. Todos os anos nesta época, entre o final de maio e o início de junho, a Terra cruza a trilha de poeira e pequenas rochas que ele deixou para trás em passagens anteriores.
Normalmente, essa chuva é mais discreta, com dois ou três meteoros por hora. “Houve atividade mais intensa dela em 1930, quando foi vista pela primeira vez. Depois, ficou fraquíssima”, diz o astrônomo amador Lauriston Trindade, membro da Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros).
Tempestade ou chuva?
Faz quase 200 anos que não presenciamos um fenômeno desse tipo e intensidade. O último aconteceu em 1833, na chuva Leonids —que gerou pânico nos Estados Unidos (imagine, naquela época, acordar de madrugada com milhares de luzes riscando o céu; seria o fim do mundo?).
“Tempestade” é o termo para uma chuva de meteoros que apresenta um surto incomum, extremamente intenso. Elas surgem, geralmente, após uma fragmentação de seu asteroide ou cometa “pai” —processo que deixa uma densa nuvem de partículas ejetadas no espaço.
“Com o tempo, essa nuvem se dispersa na órbita do corpo parental, formando as chuvas de meteoros anuais. Então, quanto mais recente for a fragmentação, mais densa será a nuvem, e mais intensa será a tempestade de meteoros gerada por ela”, explica a Bramon.
Como observar
Apesar do nome, o radiante (ponto onde os meteoros aparentam convergir) da Tau-Herculids é a constelação do Boieiro, conhecida pelas estrelas brilhantes Arcturus e Vega. Basta encontrá-la, na direção noroeste e observar atentamente ao seu redor.
Uma bússola ou um app de astronomia (como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari e SkyView) podem ajudar. A má notícia para nós é que, aqui no hemisfério Sul, o radiante estará muito perto do horizonte, dificultando um pouco a observação.
No Brasil, poderemos ver entre 10% e 50% dos meteoros —quanto mais ao Norte do país, mais chance.
Dezenas de milhares
“Parece pouco, mas caso se confirmem os melhores cenários, isso pode significar dezenas de milhares de meteoros por hora, o que seria espetacular”, destaca Trindade.
A boa notícia é que a Lua na fase nova, sem brilho, deixará o céu mais escuro. Assim, mesmo os meteoros menos intensos poderão ser observados.
De acordo com a Bramon, devem ocorrer pelo menos três surtos da Tau-Herculds:
31 de maio, às 0h10 (horário de Brasília): a Terra atravessará as trilhas de detritos deixadas pelo cometa em 1892 e 1941. São esperados até 50 meteoros por hora.
31 de maio, às 2h10: a Terra atingirá a trilha de 1979 e também a densa nuvem lançada pela ruptura de 1995. Como é a primeira vez na história que interagimos com essas partículas, o horário pode variar (e até não ocorrer). A modelagem básica indica uma taxa de 600 a 700 meteoros por hora.
25 de junho, às 23h58: a Terra encontrará a trilha deixada na passagem de 1930. A intensidade será bem menor, com cerca de três meteoros por hora.