Mídias sociais podem elevar depressão entre meninas, revela pesquisa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 6 de janeiro de 2019 às 20:43
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:17
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Os pesquisadores constaram que a taxa de depressão mais elevada é devido ao assédio online e baixa autoestima

Meninas adolescentes
são duas vezes mais propensas que os meninos a apresentar sintomas de depressão
em conexão ao uso das redes sociais, segundo estudo do University College
London (UCL) divulgado em Londres. Ativistas pediram ao governo britânico que
reconheça o risco de páginas como Facebook,
Twitter e
Instagram
para a saúde mental dos jovens.

Uma em cada quatro meninas analisadas apresentou sinais
clinicamente relevantes de depressão, enquanto o mesmo ocorreu com apenas 11%
dos garotos, segundo o estudo.

Os pesquisadores
constaram que a taxa de depressão mais elevada é devido ao assédio online, ao
sono precário e a baixa autoestima, acentuada pelo tempo nas mídias sociais.

O estudo analisou
dados de quase 11 mil jovens no Reino Unido. Os pesquisadores descobriram que
garotas de 14 anos representam o agrupamento de usuários mais incisivos das
mídias sociais – dois quintos delas as usam por mais de três horas diárias, em
comparação com um quinto dos garotos.

Cerca de três quartos das garotas de 14 anos que sofrem de
depressão também têm baixa autoestima, estão insatisfeitas com sua aparência e
dormem sete horas ou menos por noite. “Aparentemente, as meninas enfrentam mais obstáculos com
esses aspectos de suas vidas do que os meninos, em alguns casos
consideravelmente”, disse a professora do Instituto de Epidemiologia e
Cuidados da Saúde do University College London, Yvonne Kelly, que liderou a
equipe responsável pela pesquisa.

Depressão

O estudo também mostrou que 12% dos usuários considerados
moderados e 38% dos que fazem uso intenso de mídias sociais (mais de cinco
horas por dia) mostraram sinais de depressão mais grave.

Quando os pesquisadores analisaram os processos subjacentes que
poderiam estar ligados ao uso de mídias sociais e depressão, eles descobriram
que 40% das meninas e 25% dos meninos tinham experiência de assédio online ou
cyberbullying.

Os resultados renovaram as preocupações com as evidências de que
muito mais meninas e mulheres jovens apresentam uma série de problemas de saúde
mental em comparação com meninos e homens jovens, e sobre os danos que os
baixos índices de autoestima podem causar, incluindo autoflagelação e
pensamentos suicidas.

Os pesquisadores pedem aos pais e responsáveis políticos que
deem a devida importância aos resultados do estudo. “Essas descobertas são
altamente relevantes para a política atual de desenvolvimento em diretrizes
para o uso seguro das mídias sociais. A indústria tem que regular de forma mais
rigorosa as horas de uso das mídias sociais para os jovens”, diz Kelly.

Uso excessivo das mídias sociais

A ministra adjunta para Saúde Mental e Cuidados Sociais, Barbara
Keeley, afirmou que “esse novo relatório aumenta as evidências que mostram
o efeito tóxico que o uso excessivo das mídias sociais tem na saúde mental de
mulheres jovens e meninas e que as empresas devem assumir a
responsabilidade pelo que ocorre em suas plataformas”.

Tom Madders, diretor de campanhas da instituição beneficente
YoungMinds, diz que, embora sejam uma parte da vida cotidiana da maioria dos
jovens e tragam benefícios, as redes sociais proporcionam uma “pressão
maior” porque estão sempre disponíveis e fazem com que os jovens comparem
“as vidas perfeitas de outros” com a sua própria.


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