​Micam Milano surpreende: quase US$ 40 milhões para calçadistas brasileiros

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 21:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:24
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

As 76 marcas que participaram da mostra partiram para o Brasil com negócios na ordem de US$ 38,2 milhões.

Apesar do clima de incerteza gerado pelo coronavírus, a Micam Milano superou as expectativas da delegação brasileira que desembarcou em Milão, na Itália. 

As 76 marcas nacionais que participaram da mostra milanesa entre os dias 16 e 19 de fevereiro partiram para o Brasil com negócios na ordem de US$ 38,2 milhões.

Nesses números estão somados os pedidos fechados in loco e os negócios alinhavados durante o evento, resultado 60% superior ao registrado na edição de fevereiro de 2019. 

A participação foi promovida pelo Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados mantido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

Para tanto, ela conta com a parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Paola Pontin, ressalta que, assim como os negócios, o número de contatos teve incremento importante, de 15%. 

“Nossos expositores atenderam cerca de 2 mil contatos durante os quatro dias de feira, o que mostra o interesse dos visitantes e a assertividade das coleções brasileiras”, avalia Paola.

Cautelosa em função da situação mundial, a Savelli foi surpreendida pelo movimento e pelos negócios gerados pela feira.

“Tradicionalmente esta edição de apresentação das coleções de Inverno não é tão positiva quanto a de Verão. Isto, somado ao medo gerado pelo coronavírus, fez com que viéssemos com as expectativas mais baixas.

“Porém fomos surpreendidos positivamente pelo movimento da feira, que nos proporcionou tanto a manutenção de clientes quanto a abertura do mercado de Singapura e novos clientes na Austrália, Líbano, Argélia e Marrocos”, conta Bruna Pini, gerente de exportação da Savelli.

Alternativa à China

O sentimento foi compartilhado pela Ala/Zatz. De acordo com Bianca Régis, comercial da empresa, grandes redes europeias que costumam comprar da China acabaram buscando fornecedores em outros países produtores, o que gerou um resultado acima das expectativas.

“Os compradores estão buscando alternativas, pois precisam abastecer suas lojas”, comenta. 

Bianca ressalta, ainda, a mudança de estratégia da empresa, que adaptou a coleção, produtos, cores e materiais, para atender a demanda do mercado europeu de fast fashion, que é o DNA da Ala/Zatz.

O movimento acima do esperado também chamou a atenção de Diego Fernandes, do departamento de exportação da Klin. 

“Fizemos contatos com clientes muito qualificados, alguns deles, inclusive, já fecharam os pedidos aqui na Micam, o que costuma ocorrer pós feira”.

Estreia

Bons resultados também para as empresas que estrearam na Micam Milano.

Depois dos quatro dias da mostra milanesa, Marco Scheffel, representante de exportação da Andine, conta que conseguiu abrir os mercados do Japão, Líbano, Colômbia e Nigéria. 

“Essa é a nossa primeira participação e já colhemos ótimos frutos, recebendo clientes qualificados e que se mostraram abertos aos nossos produtos”, avalia Scheffel.

Ele acrescentou que a Micam Milano se mostrou uma importante plataforma para o objetivo da empresa, que é dobrar o volume exportado em um ano (de 15% para 30% da produção).

Para a La Femme, que também desembarcou pela primeira vez na mostra, o retorno foi positivo.

“Sabemos que temos um longo caminho para percorrer no mercado internacional, que hoje corresponde a 3% da nossa produção.

“Mas saímos da Micam Milano com a sensação de que estamos na direção certa, com uma estratégia bem definida para alcançarmos 10% nas exportações no médio/longo prazo”, frisa Renato Barboza, diretor da La Femme.

Participaram do evento as marcas Jorge Bischoff, Loucos & Santos, Luz da Lua, Capodarte, Dumond, Guilhermina, GVD International, Arezzo, Schutz, Ferracini 24h, Pegada, Democrata, Ferricelli, Sapatoterapia, Savelli, Opananken Antitensor;

Bibi, Diversão, Klin, World Colors, Ortopé, Kidy, Pimpolho, Piccadilly, So.Si, Invoice, Andacco, Smidt, Vizzano, Beira Rio Conforto, Moleca, Molekinha, Modare Ultraconforto, Molekinho, Actvitta, Madeira Brasil, Verofatto, Cecconello, La Femme;

Stéphanie Classic, Ramarim, Comfortflex, Capelli Rossi, Tabita, Wirth, Carrano, Suzana Santos, Renata Mello, Azillê, Art’s Brasil, Ala, Zatz, Cristófoli, Camminare, Divalesi, Werner, Killana, Di Valentini, L’Atelier, Usaflex, Andine, Awana, Petite Jolie;

Kildare, Anatomic & Co, Moema, Sollu, New Comfort, Rider, Ipanema, Grendha, Zaxy, Cartago, Boaonda, Cherry e Adrun.

Sobre o Brazilian Footwear:

Brazilian Footwear é um programa de incentivo às exportações desenvolvido pela Abicalçados em parceria com a Apex-Brasil. 

Este programa tem por objetivo aumentar as exportações de marcas brasileiras de calçados através de ações de desenvolvimento, promoção comercial e de imagem voltadas ao mercado internacional. 

Conheça: www.brazilianfootwear.com.br | www.abicalcados.com.br/brazilianfootwear.

Sobre a Apex-Brasil:

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.

Para alcançar esses objetivos, a Apex-Brasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior.

Dentre eles, estão missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais.

Outra ação são as visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil. 

Conheça: www.apexbrasil.com.br


+ Economia