Metade da população já consome música e vídeo pela internet, diz pesquisa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de novembro de 2018 às 20:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:08
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O estudo avaliou o comportamento dos usuários na produção e compartilhamento de conteúdos

Metade da população
brasileira ouve músicas e assiste a vídeos pela internet. A informação foi
divulgada nesta segunda-feira, 05 de novembro, pelo Comitê Gestor da
Internet (CGI) no Fórum da Internet no Brasil, que ocorre nesta semana em
Goiânia. Ela faz parte da pesquisa TIC Domicílios Cultura, elaborada pelo CGI
como detalhamento do estudo anual TIC Domicílios, lançada em julho deste ano.

Entre os entrevistados, 29% baixam músicas, 26% publicam textos,
fotos ou vídeos de criação própria, 16% fazem download de filmes e 10% baixam
séries. Entre 2014 e 2017, o hábito de consumir em tempo real áudio e vídeo (ou streaming, no termo em
inglês) aumentou de 2014 até 2017: saiu de cerca de 58% para 71%. Já a prática
de baixar obras sonoras ou audiovisuais ficou menos popular, caindo de 51% para
42% no caso de músicas e de 29% para 23% em relação a filmes.

A coordenadora da pesquisa TIC Cultura, Luciana Lima, analisou o
resultado de forma positiva. “A ampliação do consumo é muito devido às
plataformas de streaming.
Essa prática, que antes era mais predominante de fazer download e ter arquivo próprio no seu
computador, agora as pessoas estão conseguindo mais acessar plataformas que
disponibilizam esses conteúdos online”, disse.

Tipo de conexão

O tipo de conexão impacta esse acesso a conteúdos culturais.
Enquanto o hábito de ouvir músicas na internet é de 70% dos usuários com
conexão em banda larga fixa, entre aqueles que dependem de 3G e 4G o índice cai
para 59%. No caso de vídeos, a diferença entre as pessoas com conexões fíxas e
móveis é de 72% e 57%. Entre aqueles que usam a internet para ler notícias, os
percentuais são, respectivamente, de 57% e 43%.

“Você tem uma questão de renda. Enquanto as classes mais altas
têm conexão tanto 3G quanto wi-fi
(conexão sem fio), a população de baixa renda depende
exclusivamente do dispositivo móvel. Isso tem impacto no consumo de conteúdos
culturais, pois faz com que quem tem conexões fixas de banda larga no seu
domicílio consuma mais streaming do
que quem tem acessos só no celular”, destaca Alexandre Barbosa, gerente do
Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
(CETIC Br), órgão vinculado ao Comitê Gestor da Internet.

Frequência e origem

Quanto à frequência, o tipo de conteúdo consumido mais comumente
é a música: 29% da população ouve todo dia, 16% pelo menos uma vez por semana e
3% uma vez por mês. O restante não informou. A popularidade do streaming de
filmes é menor: 12% assistem todo dia, 15% pelo menos uma vez por semana e 5%
pelo menos uma vez por mês. Entre os fãs de séries, os índices foram,
respectivamente, de 11%, 10% e 3%.

Os serviços pagos ainda não têm grande preferência entre a
população. Do total, 10% pagam para ver filmes ou séries 5% são clientes de streaming de
música e 3% relataram compram filmes para baixar e assistir em seus
computadores ou telefones celulares.

A pesquisa também perguntou aos entrevistados a origem dos
conteúdos consumidos. Do total, 48% ouvem músicas brasileiras e 28%,
estrangeiras. No caso dos filmes, a diferença é menor, com 26% de obras
nacionais e 24% internacionais. Em relação às séries, a preferência se inverte:
21% assistem a programas estrangeiros e 13% veem obras produzidas aqui.

Publicações e compartilhamento

O estudo avaliou o comportamento dos usuários na produção e
compartilhamento de conteúdos diversos. Enquanto o hábito de postar textos,
imagens e vídeos em blogs, sites e plataformas como redes sociais ficou estável
entre 2014 e 2017, a prática de compartilhar esses tipos de mensagens e
conteúdos cresceu no mesmo intervalo, saindo de 60% para 73% dos usuários de
internet.

O tipo de informação mais difundido é a imagem, publicada por
24% da população. Em seguida vêm textos, com 13%, vídeos, com 11%, e músicas,
com 4%. A motivação mais comum, conforme o levantamento, foram a divulgação de
situações cotidianas, com 17%, dar opinião sobre temas de seu interesse, com
14%, e aproximar-se de pessoas com interesses comuns (13%).

A pesquisa TIC Domicílios é realizada anualmente pelo Comitê
Gestor da Internet. Na edição relativa ao ano de 2017, foram ouvidos moradores
de 23.592 domicílios em 350 cidades entre novembro de 2017 e maio de 2018.


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