Profissionais afirmam que criançada segue com vício em telas; celular é grande vilão

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 26 de setembro de 2024 às 18:30
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Para as crianças o uso diário deve ser de uma ou duas horas e com supervisão de um adulto

 

A cada vez mais, aumentam as horas que as crianças passam em frente às telas, seja por motivos educacionais ou de entretenimento.

Para Alexander Engelberg, pediatra do Grupo São Francisco – que faz parte do Sistema Hapvida -, este momento é um grande desafio para as famílias e se não for contornado, pode trazer prejuízos no desenvolvimento de crianças e adolescentes.

“Quanto mais tempo as crianças passam em frente às telas, menos tempo elas ficarão com seus pais e irmãos e interagindo socialmente, criando assim um isolamento e distanciamento dentro da própria casa. O que pode ser prejudicial em vários sentidos”, pontua.

Convivência

Além dessa falta de interação social, outro fator é o menor contato e convivência no ambiente escolar e com os amigos.

“Isso tem contribuído para distúrbios do afeto e do comportamento como ansiedade, depressão e irritabilidade. Estes transtornos também têm efeitos importantes sobre o apetite”, explica.

“A obesidade infantil, por exemplo, que já tem proporções alarmantes, sofreu uma forte guinada. A falta de condicionamento físico também é preocupante”, afirma o pediatra.

Educação

O pediatra ressalta ainda que por conta das novas modalidades de aula apresentadas pelas escolas é importante estabelecer limites e rotinas para que a criança não fique grudada apenas nas telas.

“É muito importante salientar que esta prevenção precisar ser algo coletivo. Não só os pais, como os médicos e os professores nas escolas tem um trabalho em conjunto na prevenção desse tipo de problema”.

Segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças com menos de 2 anos devem evitar a exposição às telas – liberado apenas para contatos breves com familiares a uma distância segura.

Entre 2 e 5 anos o uso deve ser de no máximo uma hora por dia. Já para as crianças de 5 até 10 anos o uso passa para uma ou duas horas e sempre com supervisão de um adulto em todas as faixas etárias citadas.

Entre os pré-adolescentes com 11 e 18 anos, é importante limitar a duas ou três horas e nunca permitir o “virar a noite”.

Alexander lembra que a preocupação com o uso excessivo das telas é antiga e vem antes da pandemia. “O grande desafio dos pais é saber dosar e dar este limite de tempo.

É essencial incentivar e mostrar para as crianças a importância de outros hábitos. Temos que ser incentivadores desse contato real mesmo na limitação dentro de casa e fazer uma realidade livre das telas”, conclui.


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