Mesmo com redução de 3,4%, safra de grãos é segundo recorde no Brasil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de abril de 2018 às 17:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:40
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A safra deste ano deve ser superior a do ano passado, que chegou a 237,7 milhões de toneladas

A colheita de grãos
da safra 2017/2018 deverá ser a segunda maior do país, com uma produção de
229,5 milhões de toneladas. Os números estão no 7º Levantamento da Safra de
Grãos 2017/2018, divulgado na última terça-feira, 10 de abril, pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com o órgão, apesar da queda de 3,4% em comparação à
safra passada, que chegou a 237,7 milhões de toneladas, o número é ainda
bastante elevado se considerada a média de produção no Brasil em condições
atmosféricas normais.

Segundo o superintendente de Informações do Agronegócio da
Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto, a produção do milho é responsável pela
redução total da safra. “Estamos em um processo de plantio do milho segunda
safra, em uma janela mais curta, porque houve atraso de plantio da primeira
safra. Isso faz com que o produtor reduza o pacote tecnológico para reduzir o
risco [de perdas financeiras]”, disse, explicando o motivo pelo qual a
produtividade do milho segunda safra é sempre menor.

Também houve aumento
da área plantada de soja, sendo estimado em 3,5% em relação ao ano passado,
atingindo 35,1 milhões de hectares. A consequência é a redução da área plantada
de milho, na primeira safra, 7,7% menor que a safra anterior (a menor área
semeada desde 1976/77), e na segunda safra, redução de 5,6%. Como o milho tem
maior produtividade que a soja, isso também leva a uma redução total da
produção de grãos.

A soja deve alcançar 114,9 milhões de toneladas, sendo 0,8%
superior à safra passada. Com a proximidade do fim da colheita do milho
primeira safra, a produção se confirma na casa dos 25,6 milhões de toneladas,
16% inferior à safra passada, segundo a Conab. Já o milho segunda safra, com a
redução de 562,6 mil hectares em relação à safra passada, resulta em estimativa
de produção de 63,02 milhões de toneladas, retração de 6,5% em relação à safra
anterior.

Clima

A produtividade recorde da safra passada foi beneficiada por um
excelente clima, o que não se repetiu agora, mesmo com a situação climática
considerada boa na maioria das regiões produtoras. O superintendente da Conab
explicou que a situação climática na Região Sul impactou a produtividade.

As altas temperaturas e escassez de chuvas provocaram danos nas
lavouras de primeira safra, principalmente no Rio Grande do Sul e, agora, na
segunda safra, é preciso atenção às frentes frias e geadas. “Se não tivéssemos
problema climático no Sul, a safra seria maior que a passada”, disse.

A estimativa é de uma queda de 9,9% na produção total de grãos
na Região Sul. Também há queda no Centro-Oeste (1%) e no Sudeste (0,1%), pela
redução da área plantada de milho. No Norte e Nordeste haverá aumento, de 1,4%
e 5,2%, respectivamente, principalmente devido às boas condições climáticas.


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