Mês de agosto se encerra com preços baixos para o setor cafeeiro

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de setembro de 2019 às 12:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:47
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As cooperativas cafeeiras afirmam que o País não colherá volume recorde na safra do ano que vem

O Conselho Nacional do Café (CNC) aponta que os contratos futuros do café oscilaram pouco na última semana de agosto. 

Do final de julho a 29 de agosto, o vencimento dezembro do contrato “C” acumulou queda de 7,8% na Bolsa de Nova York, fechando a US$ 0,9525 por libra-peso.

Na ICE Europe, o vencimento novembro do café robusta encerrou a quinta-feira a US$ 1.325 por tonelada, com queda mensal de 3,1%.

Especialistas afirmam que no mês de agosto as cotações foram pressionadas pelo avanço dos trabalhos de cata da safra 2019/2020 do Brasil e por especulações sobre o tamanho desta colheita. 

As cooperativas cafeeiras brasileiras lançaram um manifesto afirmando que o País não colherá volume recorde no ano que vem.

Conforme as instituições, a produção de 2020 será inferior à de 2018, em função do impacto do clima. 

O cinturão cafeeiro nacional enfrentou falta de chuvas no período de enchimento dos frutos e precipitações na colheita, impactando a safra, além das geadas em julho que causaram perdas na temporada atual e reduzirão a oferta em 2020.

O presidente do CNC, Silas Brasileiro, alerta que os baixos tratos culturais também interferirão na produção do País no próximo ano.

“A redução nos cuidados com os cafezais se dá pelos fracos preços que perduram ao longo dos últimos anos. Somando-se isso ao impacto das adversidades climáticas, certamente não passaremos nem perto de uma safra recorde”, argumenta.

Outro problema é o desempenho do dólar comercial, que vem se fortalecendo em relação a moedas dos países produtores e pressionando o valor das commodities, como o café. 

De 31 de julho (R$ 3,8173) até 29 de agosto, a divisa acumula valorização de 9,3%, cotada a R$ 4,1717.

No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que as cotações do café arábica avançaram nos últimos dias, impulsionadas pela retração vendedora e pelas altas do dólar. 

Os ganhos, principalmente no início de semana, atraíram vendedores ao mercado, cenário oposto ao verificado na maior parte da semana anterior.

Para o robusta, os preços também subiram nos últimos dias devido à apreciação do dólar e à maior demanda pela variedade, contexto que aumentou a liquidez interna, com negócios sendo fechados tanto no mercado físico – inclusive para a exportação – quanto no futuro.

Os indicadores calculados pela instituição para os cafés arábica e conilon encerraram a quinta-feira a R$ 415,64/saca e a R$ 292,08/saca, respectivamente, com valorizações de 1,4% e 1,9%.


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