Mercado de trabalho reage, mas maioria dos empregos é criada na informalidade

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de novembro de 2019 às 12:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:59
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Segundo o IBGE, o Brasil tem 11,8 milhões de pessoas sem carteira de trabalho assinada no setor privado.

A informalidade continua batendo recordes no mercado de trabalho brasileiro, segundo informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o instituto, 11,8 milhões de pessoas estão sem carteira de trabalho assinada no setor privado, um crescimento de 2,9% (338 mil pessoas) em relação ao trimestre encerrado em junho.

Os que trabalham por conta própria alcançaram o número de 24,4 milhões de pessoas – uma alta de 1,2% (293 mil pessoas).

Ambas as marcas são novos recordes, segundo o IBGE. “Temos mais pessoas trabalhando neste trimestre, mas a questão é a qualidade dessa forma de inserção informal”, disse a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Os aumentos também são vistos na comparação com o mesmo período de 2018. A alta foi de 3,4% (384 mil) entre os trabalhadores sem carteira assinada, e 4,3% (1 milhão) com os que estão por conta própria.

No trimestre encerrado em setembro, 38,8 milhões dos trabalhadores são informais, ou 41,4% do total.

Por conta da informalidade, a população ocupada registrou um recorde na série histórica que teve início em 2012: 93,8 milhões de pessoas. Ainda segundo o IBGE, desse total, 33,1 milhões têm carteira assinada, apresentando estabilidade.

A taxa de desocupação caiu de 12% para 11,8% na passagem do trimestre que teve fim em junho para aquele terminado em setembro. Também houve estabilidade na comparação com o mesmo trimestre de 2018, que registrou 11,9% de desocupação.

Segundo a analista do IBGE, a queda na taxa é comum nos meses de setembro. “É uma sazonalidade típica do mercado de trabalho”, aponta Beringuy.

Em comparação com o trimestre encerrado em março, a queda foi de 0,9 pontos percentuais. O IBGE explicou que é comum essa diferença entre o início e o fim do ano. 

“O ano geralmente começa com mais pessoas procurando trabalho. No terceiro trimestre, há tendência de reversão”, disse a analista.

O aumento na população ocupada foi de 459 mil pessoas (0,5%) na comparação com o trimestre encerrado em junho, e 1,5 milhão de pessoas (1,6%) na análise com o mesmo período de 2018.

A categoria construção foi a que mais cresceu: 254 mil pessoas (3,8%) com relação ao trimestre encerrado em junho. Também por conta da informalidade.

“São obras e reformas em pequenos prédios, com profissionais que trabalham por conta própria”, disse a analista Adriana Beringuy.

93,8 milhões é o total de brasileiros empregados no trimestre encerrado em setembro​

Já na comparação com igual período do ano passado, a categoria transporte, armazenagem e correio registrou aumento de 6,1%, o que corresponde a 279 mil pessoas.

Outros ramos com alta foram: informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com mais 404 mil pessoas (4%).

Empregadores e trabalhadores domésticos mantiveram-se estáveis, com 4,4 milhões de pessoas e 6,3 milhões de pessoas, respectivamente.

Já o número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas caiu 311 mil pessoas (-4,2%) na comparação com o trimestre móvel anterior, atingindo 7 milhões de brasileiros.

De acordo com o IBGE, 12,5 milhões de pessoas ainda estão desempregadas no Brasil.


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