Mel estraga? Saiba como funciona a validade e o armazenamento do alimento

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 17 de agosto de 2024 às 12:30
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Excesso de açúcares faz com que o mel tenha um processo de fermentação lento e dure por mais tempo. Entenda!

Muita gente tem dúvida sobre a validade do mel e a forma correta de armazenamento – foto Arquivo

 

Talvez você já tenha armazenado um pote de mel por meses e percebido que, ainda assim, o alimento estava bom. Desta percepção, pode surgir o questionamento: mel estraga?

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o ingrediente deve ser consumido em até 2 anos, mas nem sempre fará mal à saúde após esse tempo.

A maioria da composição do mel é de açúcares: “Predominantemente glicose e frutose. Ele ainda é composto por água e outros constituintes como proteínas, vitaminas e minerais”, conta Manuela Dolinsky, professora da faculdade de Nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF) e diretora do Conselho Federal de Nutricionistas.

É justamente por causa dessa composição que o mel não costuma estragar. “O açúcar tem o pH na faixa de 3 e 4,5 (ácido), o que não gera um ambiente propício à proliferação de microorganismos e, assim, pode-se dizer que não estraga”, explica Alessandro Nicola, chef e professor de Gastronomia do Senac EAD.

Mesmo que dificultada, a fermentação pode acontecer lentamente. Conforme Alessandro, o processo pode mudar o sabor do mel, mas não o torna impróprio para o consumo – adquirindo um gosto apreciado por alguns.

“O mel de abelhas sem ferrão, por exemplo, adquire um sabor mais ácido, que muitos gostam”, aponta o chef.

No entanto, Manuela alerta: “após o tempo estimado de validade, o alimento pode possuir riscos de contaminação pela bactéria Clostridium botulinum, podendo causar danos à saúde”.

Mesmo que os riscos após consumir mel armazenado por muito sejam pequenos, é recomendado armazená-lo da maneira correta – até para evitar a perda de suas características originais.

Com o tempo, o mel pode fermentar, cristalizar e escurecer, “porém, essas mudanças não significam perda de qualidade, nem sugere que o mel tenha estragado e esteja impróprio para consumo”, reforça Alessandro.

No caso da cristalização, há maneiras de reverter a textura: “Basta colocar o pote de mel em um banho com água quente à temperatura aproximada de 70 °C até que volte a ficar líquido”, diz.

Para quem deseja evitar essas possíveis mudanças, confira algumas recomendações de armazenamento do mel:

– O ideal é que o mel esteja armazenado em um recipiente vedado. Os potes de vidro herméticos são a melhor opção.

– O alimento deve ficar longe da luz e em local seco, pois a umidade pode facilitar a contaminação por microrganismos.

– A temperatura de conservação deve ser ambiente. “Quando armazenados em temperaturas muito baixas, o mel tende a cristalizar”, esclarece Manuela.

– Use utensílios limpos e evite a contaminação com outros alimentos, como farelo de pão, requeijão e manteiga.

*Informações Casa e Jardim


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