Mais de 500 cidades têm risco de surto de doenças causadas pelo Aedes

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 12:34
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:14
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Estado de São Paulo tem índices considerados satisfatórios e, por enquanto, não apresenta risco

Pelo menos 504
municípios brasileiros registram alto índice de infestação pelo Aedes aegypti e
apresentam risco de surto para doenças transmitidas pelo vetor – incluindo
dengue, zika e chikungunya.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que, das 5.358
cidades que realizam algum tipo de monitoramento do mosquito, 1.881 estão em
situação de alerta, enquanto 2.628 apresentam índices considerados
satisfatórios.

Capitais

O mapa da dengue, como é chamado o Levantamento Rápido de
Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), mostra que, das 27 capitais
em todo o país, Palmas (TO), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC)
estão em risco de surto não apenas de dengue, mas também de zika e chikungunya.

Outras 12 capitais, de acordo com o estudo, registram situação
de alerta: Manaus (AM), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ),
Brasília (DF), São Luís (MA), Belém (PA), Vitória (ES), Salvador (BA), Porto
Velho (RO), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS).

Já Curitiba (PR), Teresina (PI), João Pessoa (PB), Florianópolis
(SC), São Paulo (SP), Macapá (AP), Maceió (AL), Fortaleza (CE) e Aracaju (SE)
têm índices considerados satisfatórios. Natal (RN) e Porto Alegre (RS) fizeram
a coleta de dados por armadilha – metodologia utilizada quando a infestação
pelo mosquito é muito baixa ou inexistente.

Criadouros

Além de identificar onde estão concentrados os focos do mosquito
em cada município, o levantamento revela quais os principais tipos de
criadouros por região. No Nordeste, por exemplo, o armazenamento de água no
nível do solo (doméstico), como tonel, barril e tina, foi o principal tipo
identificado.

No Sudeste, o maior número de depósitos encontrados foi em
domicílio, caracterizados por vasos e frascos com água e pratos e garrafas
retornáveis. Já nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sul, predominou o lixo, como
recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção.

Dengue

Dados do ministério apontam que, até 3 de dezembro, foram
notificados 241.664 casos de dengue em todo o país – um pequeno aumento em
relação ao mesmo período de 2017 (232.372 casos). A taxa de incidência, que
considera a proporção de casos por habitantes, é de 115,9 casos para cada 100
mil habitantes.

Em relação ao número de óbitos causados pela doença, a queda é
de 19,3% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, passando de 176
mortes em 2017 para 142 neste ano.

Chikungunya

No mesmo período, foram notificados 84.294 casos de chikungunya
no Brasil – uma redução de 54% em relação ao mesmo período de 2017 (184.344
casos). A taxa de incidência da doença é de 40,4 casos para cada 100 mil
habitantes.

Em relação ao número de óbitos, a queda é de 81,6% quando
comparado ao mesmo período do ano anterior, passando de 191 mortes em 2017 para
35 neste ano.

Zika

Os números mostram ainda que, até 3 de dezembro, foram
notificados 8.024 casos de zika em todo o país – uma redução de 53% em relação
ao mesmo período de 2017 (17.025 casos). A taxa de incidência é de 3,8 casos
para cada 100 mil habitantes.

Este ano, foram registrados quatro óbitos causados pelo vírus
Zika.


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